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Hollande avisa que combates no Mali ainda não acabaram

O Presidente francês, François Hollande, afirmou este sábado que os "combates não terminaram" no norte de Mali, apesar de recuperadas as cidades de Tombuctu e de Gao, que até ao início desta semana estavam ocupadas por radicais islamitas.

Hollande avisa que combates no Mali ainda não acabaram
Notícias ao Minuto

13:56 - 02/02/13 por Lusa

Mundo Presidente França

Num discurso proferido junto ao seu homólogo maliano, Dionkunda Traoré, Hollande felicitou as tropas francesas e malianas pelo seu trabalho e exprimiu o desejo de que a missão africana de apoio ao Mali (AFISMA) tome o lugar da França e assuma o controlo da operação militar.

Hollande chegou hoje ao Mali na sua primeira visita ao país desde o início da operação militar francesa no país, a 11 de Janeiro, para apoiar o Exército maliano na sua luta contra os grupos armados islamitas que controlavam as três províncias do norte do país desde Junho.

"Desde 11 de janeiro já fizemos um grande trabalho, mas ainda não está completamente terminado. Vai demorar mais algumas semanas, mas o nosso objectivo é passar o testemunho", disse o Presidente francês.

"Nós não temos vocação para ficar. Os nossos amigos africanos poderão fazer o trabalho que até agora era nosso", acrescentou.

O presidente do Mali, por seu lado, agradeceu aos soldados franceses pela sua "eficácia" e o seu "profissionalismo", que permitiram libertar a população do norte do país após "meses e meses sob a barbárie e o obscurantismo".

A falta de recursos financeiros e logísticos tem atrasado o destacamento de uma força de perto de 6.000 soldados africanos para o Mali.

Até agora, apenas 3.000 tropas africanas foram enviadas para o Mali ou para o vizinho Níger, a maior parte delas do Chade, cuja contribuição não está integrada na força africana (AFISMA).

Na falta da AFISMA, a contra-ofensiva aos rebeldes islamitas no Mali tem sido assegurada pelos 2.900 militares franceses que, com o apoio do exército maliano, já retomaram as cidades de Tombuctu e Gao, mas ainda combatem para libertar Kidal, o último bastião dos radicais islamitas.

O Mali vive uma profunda crise desde 22 de Março, quando um golpe de Estado perpetrado por membros do Exército maliano afastou o Presidente eleito, Amadou Toumani Touré.

Os militares protestavam contra a falta de atenção que o Governo de Bamako estava a dedicar à rebelião tuaregue no norte do país, mas o golpe de Estado não fez mais do que agravar a situação na zona.

Aproveitando o vazio de poder em Bamako, o Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA) proclamou unilateralmente, em Abril, a independência da região setentrional do Mali, de 850.000 quilómetros quadrados.

Diversos grupos islamitas, como a Al-Qaida no Magrebe Islâmico (AQMI), o Monoteísmo e Jihad na África Ocidental (MYAO) ou o Ansar Al Din ganharam força na região, retirando o controlo das mãos dos tuaregues e estabelecendo na zona uma versão da sharia, lei islâmica.

Temendo que a sua antiga colónia se tornasse um santuário para radicais ligados à Al Qaeda, a França decidiu intervir no Mali já este mês.

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