Espanha estará tranquila porque "é um país sério com um governo sério"
O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, assegurou hoje que a Espanha não vai passar por uma crise financeira semelhante à da Grécia "porque Espanha é um país sério e teve um governo sério".
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Mundo Mariano Rajoy
"A previsão de crescimento da Grécia para este ano era de 3%. Bem, depois da chegada ao Governo das pessoas que assumem a responsabilidade, infelizmente a Grécia vai ter um crescimento negativo este ano. Esta é a diferença entre as políticas sérias e as que não são tão sérias", disse Mariano Rajoy numa conferência de imprensa após um encontro com o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, na sede nacional do PP.
Rajoy comentava assim uma posição tomada hoje pelo partido espanhol Podemos, que considerou "exemplar" a atitude do governo grego (Syriza, esquerda) ao convocar um referendo para decidir sobre um eventual acordo com os credores sobre a dívida grega.
O presidente do Governo espanhol sublinhou a diferença entre a economia grega e a espanhola, afirmando que em Espanha as políticas seguidas (de austeridade) levaram ao crescimento e à criação de emprego.
"As medidas sérias, ainda que sejam difíceis e duras, incómodas, e ainda que dê trabalho tomar as decisões, no final acabam sempre por levar ao crescimento e ao emprego. O resto leva ao que estamos a ver hoje na Grécia, em que as pessoas não podem levantar o seu dinheiro dos bancos. Em Espanha isto não vai acontecer porque Espanha é um país sério e teve um governo sério", criticou Mariano Rajoy.
Sobre a realização do referendo grego, agendado para 05 de julho, para que os eleitores decidam sobre se querem ou não um acordo com os credores, Rajoy recordou que a Grécia "rompeu unilateralmente as negociações com a União Europeia" e que "tem o direito de realizar um, dois ou três referendos".
"Os referendos que quiser. Tem o respeito de todo o mundo. Mas o que todos lhes dizemos é que até à noite de terça-feira ainda podem negociar. A Europa não pode mudar as normas de assistência financeira. Porque quando estamos numa organização temos direitos, podemos pedir coisas, a solidariedade dos outros, mas também há obrigações", salientou.
Para Rajoy, "a União Europeia foi muito solidária para com a Grécia".
"Emprestou-lhe 90 por cento do seu PIB e só a UE está a emprestar dinheiro à Grécia, mais ninguém no mundo lhes está a emprestar", disse Rajoy, recordando que os empréstimos europeus ao país helénico "têm de começar a ser devolvidos em 30 anos e os juros dentro de 10 anos".
A Europa, concluiu, foi "muito solidária e quer continuar a ser, mas a Grécia tem de cumprir as regras".
"Podem estar tranquilos os espanhóis, que os seus esforços serviram para que isto não aconteça no seu país", realçou Rajoy, acrescentando que a Espanha vai tentar tudo para que a Grécia se mantenha no euro.
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