Morreu Stella Rimington, a primeira mulher a chefiar o MI5

Morreu, aos 90 anos, a também escritora Stella Rimington. Em 1992, foi nomeada diretora-geral do MI5, tornando-se a primeira mulher a chefiar o serviço de inteligência britânico.

Dame Stella Rimington

© Andrew Milligan - PA Images/PA Images via Getty Images

Carmen Guilherme
04/08/2025 19:55 ‧ há 7 horas por Carmen Guilherme

Mundo

MI5

Stella Rimington, a primeira mulher a ocupar o cargo de diretora-geral do MI5 (agência britânica de inteligência), morreu na noite de domingo aos 90 anos. 

 

A morte foi anunciada, esta segunda-feira, pela família. 

Stella Rimington, que era também escritora e que foi nomeada 'Dame of the Bath' (sendo referida como Dama Stella Rimington), morreu "rodeada pela sua amada família e cães, e agarrou-se com determinação à vida que amava até ao seu último suspiro", segundo um comunicado. 

A mulher, que nasceu em 13 de maio de 1935, em South Norwood, sul de Londres, foi recrutada pelo MI5 em 1969, depois de acompanhar o marido, John Rimington, numa missão diplomática em Nova Deli, na Índia. 

Na agência britânica de inteligência desempenhou diversas funções, incluindo como datilógrafa, e viria a ser nomeada diretora-geral em 1992, cargo no qual se manteve até 1996. 

Na altura, a sua nomeação foi anunciada numa breve declaração de duas linhas, sem fotografia. Mais tarde, um jornal viria a publicar uma fotografia da sua casa e Stella Rimington, apelidada de "primeira-dama da espionagem", foi obrigada a mudar-se, juntamente com a família, para um local secreto, tal como destaca a imprensa britânica. 

Sob a liderança de Stella, o MI5 passou por uma transformação profunda, tal como descreve a própria agência. Na altura, recebeu ameaças do Exército Republicano Irlandês (IRA) e da Rússia, assumiu a mudança da sede do MI5 para o edifício Thames House e instituiu uma política de maior abertura pública para desmistificar o trabalho da agência, incluindo a divulgação de arquivos históricos. 

Depois de deixar o MI5, Rimington iniciou uma carreira como romancista, com histórias ambientas no mundo da inteligência e do contraterrorismo, e é amplamente reconhecida como a inspiração para a personagem 'M', interpretada por Judi Dench nos filmes de James Bond.

Além disso, cinco anos depois de se aposentar, viria a publicar uma autobiografia, intitulada 'Open Secret'. Na polémica obra falou na forma como conciliou o trabalho, que incluía diversas missões secretas, com a família.

Tal como destaca a Sky News, num destes episódios, Rimington recebeu uma chamada de uma ama a dizer que a filha mais nova tinha sido levada para o hospital com convulsões, numa altura em que se preparava para um encontro crucial com um potencial desertor. Na altura, conseguiu ir à reunião e passar no hospital. 

Além disso, depois de deixar o MI5, trabalhou também em empresas como a Marks & Spencer e o BG Group.

Numa nota divulgada no site oficial do MI5, o atual diretor-geral da agência, Ken McCallum, apresentou as suas condolências em nome da organização. 

"Stella foi a primeira diretora-geral do MI5 a assumir publicamente o cargo. A sua liderança deu início a uma nova era de abertura e transparência sobre o trabalho que o MI5", apontou. 

Para  McCallum, Stella "rompeu barreiras de longa data e foi um exemplo visível da importância da diversidade na liderança". 

"Os nossos pensamentos e mais sinceras condolências estão com o seu marido, as suas duas filhas e toda a família", completou. 

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