"A nação iraniana opõe-se firmemente a uma guerra imposta, tal como se oporá firmemente a uma paz imposta. Esta nação nunca se renderá à imposição de quem quer que seja", afirmou Khamenei.
"Os americanos devem saber que qualquer intervenção militar da sua parte resultará certamente em danos irreparáveis", disse o líder no poder desde 1989, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).
Khamenei reagia às ameaças do Presidente norte-americano, Donald Trump, aliado de Israel, que na terça-feira apelou ao Irão para uma "rendição incondicional".
Trump afirmou também que sabia onde Khamenei estava escondido, mas que não o ia "eliminar por agora".
"Numa declaração inaceitável, o Presidente americano instou explicitamente os iranianos a renderem-se", disse Khamenei.
Khamenei afirmou que "as ameaças não influenciarão o comportamento (...) da nação iraniana".
Os comentários de Khamenei, 86 anos, foram lidos por um apresentador da televisão estatal, com uma imagem fixa do líder, segundo a agência norte-americana Associated Press (AP).
Não ficou claro por que razão Khamenei não apareceu no ecrã, como já tinha feito uma vez desde o início dos ataques israelitas em 13 de junho.
A agência estatal IRNA tinha noticiado que Khamenei iria fazer uma comunicação ao país.
O canal do Qatar Al Jazeera informou que a televisão estatal iraniana transmitiu posteriormente uma gravação em vídeo com Khamenei a discursar.
Ao mesmo tempo, o Irão e Israel continuaram a trocar ataques com mísseis.
A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) anunciou hoje a destruição por Israel de dois edifícios onde "eram fabricados componentes de centrifugadoras", em Karaj, perto de Teerão.
Alegando ter informações que provavam que o Irão se aproximava do "ponto de não retorno" para a bomba atómica, Israel lançou um ataque sem precedentes contra o arqui-inimigo na sexta-feira.
Desde então, atingiu centenas de instalações militares e nucleares, e matou oficiais militares de topo e cientistas nucleares.
O Irão, que nega ter construído armas nucleares, declarou a intenção de retaliar contra a guerra lançada por Israel, que acusou de tentar torpedear as negociações nucleares entre Teerão e Washington.
As forças iranianas têm ripostado com o lançamento de mísseis e 'drones' contra várias cidades israelitas, cujas autoridades admitiram que os ataques causaram pelo menos 24 mortos.
[Notícia atualizada às 13h30]
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