Na segunda-feira, a agência nuclear da ONU tinha dito não ter qualquer indicação a este respeito, lembrando que apenas os edifícios de superfície desta central de enriquecimento de urânio tinham sido afetados pelos ataques israelitas.
A AIEA alterou a agora esta avaliação, "com base na análise contínua de imagens de satélite de alta resolução", de acordo com uma publicação da agência na rede social X.
O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, disse estar pronto para viajar imediatamente para o Irão, onde estão presentes inspetores da Agência.
"Pela segunda vez em três anos, estamos a assistir a um conflito dramático entre dois Estados-membros da AIEA, no qual as instalações nucleares estão a ser atacadas e a segurança está a ser comprometida", lamentou Grossi, referindo-se à instalação nuclear iraniana de Natanz.
O local tem dezenas de cascatas de centrifugadoras, mais de 10.000 destas máquinas são utilizadas para enriquecer urânio a 60%, muito para além do limite de 3,67% estabelecido pelo acordo internacional de 2015 que ofereceu alívio das sanções a Teerão em troca de garantias sobre a natureza pacífica do programa nuclear.
Enriquecido entre 3% e 5%, este urânio é utilizado para abastecer centrais nucleares para a produção de eletricidade. Quando enriquecido até 20%, pode ser utilizado para produzir isótopos médicos, utilizados principalmente no diagnóstico de certos tipos de cancro.
Para fazer uma bomba, o enriquecimento deve ser levado a 90%.
A República Islâmica nega qualquer ambição militar e defende o direito de enriquecer urânio para desenvolver um programa nuclear civil.
A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada na madrugada de 13 de junho por bombardeamentos israelitas contra instalações militares e nucleares iranianas, matando lideranças militares, cientistas e civis.
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