O líder supremo do Irão, 'ayatollah' Ali Khamenei, afirmou, esta quarta-feira, que Israel cometeu um "erro enorme" e será "punido" por isso.
"Israel cometeu um erro grave e será punido por ele", declarou Khamenei, num discurso à nação, segundo a agência de notícias Mehr.
O líder supremo do Irão apontou ainda que "o povo não esquecerá o sangue dos mártires e o ataque ao seu território", elogiando "o comportamento firme, corajoso e oportuno da nação iraniana".
Além disso, alertou que "qualquer intervenção militar dos Estados Unidos causará, sem dúvida, danos irreparáveis" e deixou críticas às "declarações ameaçadoras e ridículas" feitas por Donald Trump. Nesta sequência, e em resposta ao presidente norte-americano, deixou a garantia de que o Irão não se vai render.
Pouco antes, numa breve mensagem nas redes sociais, Khamenei tinha afirmado: "Temos de dar uma resposta firme ao regime terrorista sionista. Não mostraremos misericórdia para com os sionistas".
Recorde-se que Israel iniciou uma ofensiva militar contra o Irão em 13 de junho, com ataques a instalações militares e do programa nuclear iraniano.
Os ataques israelitas causaram pelo menos 232 mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear, segundo dados oficiais.
O Irão ripostou e provocou 24 mortos em Israel, de acordo com as autoridades.
Teerão anunciou hoje que lançou vários mísseis hipersónicos contra Israel nas últimas horas, segundo a agência de notícias espanhola Europa Press.
"Os poderosos e manobráveis mísseis Fattah perfuraram o escudo antimíssil esta noite", afirmou o porta-voz da operação militar iraniana contra Israel, Iman Takik.
O militar disse que os mísseis "abalaram repetidamente o abrigo dos cobardes sionistas, enviando a mensagem do poder iraniano ao aliado belicista de Telavive, que vive em fantasias e ilusões vazias", numa alusão aos Estados Unidos.
"O ataque com mísseis desta noite demonstrou que assumimos o controlo total dos céus", acrescentou, segundo a agência noticiosa oficial iraniana IRNA.
Israel tinha reivindicado nos últimos dias o controlo dos céus de Teerão, no que foi secundado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que mobilizou meios para ajudar os israelitas a neutralizar os mísseis disparados pelo Irão.
Antes do ataque de hoje, o exército iraniano avisou a população israelita para se retirar da zona de Neve Tzedek, em Telavive, para sua própria segurança, numa réplica da prática do exército israelita.
Apresentado em 2023, o míssil Fattah tem um alcance de 1.400 quilómetros, atinge uma velocidade superior à velocidade do som (Mach 5) e pode atingir um alvo em 336 segundos, segundo os meios de comunicação iranianos, citados pela agência noticiosa espanhola EFE.
"Este novo míssil é capaz de escapar a todos os sistemas de defesa antimíssil", disse o então comandante da Força Aeroespacial dos Guardas da Revolução, general Amir Ali Hajizadeh, morto num ataque israelita há alguns dias, ao apresentar o porjétil.
O exército israelita também anunciou hoje novos bombardeamentos contra "alvos militares na zona de Teerão".
Um dos alvos era "um centro de produção de centrifugadores" destinado a aumentar "o enriquecimento de urânio com o objetivo de desenvolver armas nucleares", precisou o exército, segundo a Europa Press.
[Notícia atualizada às 11h50]
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