O ministro dos Negócios Estrangeiros iraquiano, Fuad Hussein, informou o encarregado de negócios dos Estados Unidos em Bagdade, Steve Fagin, de que "o Iraque mantém uma posição firme, rejeitando a utilização do seu espaço aéreo" no conflito.
Durante a reunião de Hussein com Fagin, "foi discutida a perigosa escalada militar na região", disse o ministério num comunicado divulgado nas redes sociais, segundo a agência de notícias espanhola Europa Press.
Hussein alertou "para as potenciais repercussões [do conflito] na segurança e estabilidade no Médio Oriente e na segurança internacional, bem como o impacto negativo na economia global".
O encontro ocorreu no meio de especulações de que os Estados Unidos poderão estar diretamente envolvidos no apoio a Israel e no ataque a alvos no país da Ásia Central.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na terça-feira que sabe onde se esconde o líder supremo do Irão, o 'ayatollah' Ali Khamenei, mas referiu que não o vai "eliminar por agora".
"Ele [Khamenei] é um alvo fácil", acrescentou Trump, contribuindo para as crescentes especulações de que os Estados Unidos poderão entrar no conflito.
Israel iniciou uma ofensiva militar contra o Irão em 13 de junho, com ataques a instalações militares e do programa nuclear iraniano.
Os ataques israelitas causaram pelo menos 232 mortos, incluindo altos comandos militares e cientistas que trabalhavam no programa nuclear, segundo dados oficiais.
O Irão ripostou e provocou 24 mortos em Israel, de acordo com as autoridades de Telavive.
O Iraque faz fronteira com o Irão e é um dos países sobrevoados pelos mísseis iranianos, a par da Jordânia, ambos com bases dos Estados Unidos, segundo a televisão norte-americana CNN.
A distância entre o Irão e Israel é de cerca de 1.300 a 1.500 quilómetros.
Os mísseis balísticos iranianos podem atingir Israel em cerca de 12 minutos, embora o tempo exato dependa do tipo de míssil e do local de lançamento, de acordo com a televisão do Qatar Al Jazeera.
Os Estados Unidos invadiram o Iraque em 2003, com o argumento de que o regime do então presidente Saddam Hussein possuía armas de destruição maciça, o que veio a provar-se não ser verdade.
A invasão, ordenada pelo então presidente George W. Bush, levou à queda do regime de Saddam Hussein, que foi capturado em dezembro de 2003, julgado e enforcado três anos depois.
Já sob a presidência de Barack Obama, as últimas forças militares dos Estados Unidos retiraram-se do Iraque no final de 2011.
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