Descoberta de tratamento oral de cancro na Fundação GIMM leva a acordo

Uma descoberta realizada na Fundação GIMM (Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular) "está no centro de um acordo internacional" com a farmacêutica Boehringer Ingelheim que pode revolucionar o tratamento oral de certos tipos de cancro, anunciou hoje a instituição.

Notícia

© Lusa

Lusa
16/05/2025 11:54 ‧ há 11 horas por Lusa

Mundo

Saúde

Neste âmbito, a 'startup' de oncologia de precisão Tessellate Bio assinou um acordo de licenciamento global com a Boehringer Ingelheim para desenvolver terapias orais inovadoras.

 

O acordo de licenciamento global entre a Tessellate Bio - com sede em Naarden (Países Baixos) e laboratórios de investigação e desenvolvimento em Stevenage (Reino Unido) -- e a farmacêutica Boehringer Ingelheim inclui financiamento para investigação, licenciamento e pagamentos por metas alcançadas, de acordo com o GIMM - Gulbenkian Institute for Molecular.

Em termos globais, "poderá ultrapassar os 500 milhões de euros" e passa por "desenvolver terapias orais inovadoras dirigidas a cancros ALT-positivos -- um tipo agressivo de tumor que afeta até 15% dos doentes oncológicos e para o qual existem poucas opções de tratamento".

Em 2019, a equipa de Claus Azzalin, investigador principal na Fundação GIMM e cofundador da 'startup' Tessellate Bio, publicou na revista Nature Communications uma descoberta: "a enzima FANCM é essencial para a sobrevivência de células cancerígenas que usam o mecanismo ALT (alongamento alternativo dos telómeros)".

Ora, "esta vulnerabilidade inesperada abriu caminho a uma abordagem terapêutica completamente nova, protegida por patente antes da publicação", refere o GIMM.

"Tudo nasceu de uma pergunta simples: como se comportam os telómeros em células cancerígenas? Não estávamos à procura de um medicamento -- estávamos a tentar perceber como funcionam as extremidades dos cromossomas", relata Claus Azzalin, citado no documento.

"Mas é isso que torna a ciência tão poderosa: compreender o básico pode levar a descobertas com impacto real", sublinha.

Fundada em junho de 2020, após esforços de levantamento de capital junto de fundos de investimento especializados na fase de descoberta científica, a Tessellate Bio licenciou a propriedade intelectual estabelecida conjuntamente com base nas descobertas dos laboratórios de Claus Azzalin e de Hilda Pickett e Roger Reddell, do Children's Medical Research Institute, na Austrália, refere o GIMM.

A Tessellate Bio é uma 'startup' de biotecnologia em fase pré-clínica, centrada em novas abordagens de letalidade sintética.

"Com o apoio de investidores europeus de topo, a empresa está a desenvolver uma abordagem de letalidade sintética que elimina apenas as células tumorais ALT -- poupando as células saudáveis", refere a entidade.

"É assim que começa a verdadeira inovação -- com curiosidade científica profunda", afirma Maria Manuel Mota, presidente executiva (CEO) do GIMM, citada no comunicado.

"No GIMM, acreditamos que a descoberta é a base da inovação. Esta história mostra como a ciência feita na Europa, quando tem espaço para arriscar, pode mesmo mudar vidas", remata a cientista.

Leia Também: Bebé é o 1.º doente com terapia personalizada baseada em técnica genética

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas