O ministro do Interior de França, Bruno Retailleau, vai reunir-se na sexta-feira com profissionais que trabalham na área das criptomoedas, na sequência de uma onda de violência que atinge as famílias destes responsáveis.
"Vou reunir empresários que trabalham com criptomoedas - e temos alguns deles em França - no Ministério do Interior, para trabalhar com eles na sua segurança", explicou na quarta-feira Retailleau à emissora Europe 1/CNews.
O governante disse ainda que o encontro servem também para que "para que eles tomem consciência dos riscos" que possam estar a correr.
Mas que ataques são estes?
Um dos ataques mais recentes foi registado no final de abril, com o rapto do pai de um empresário milionário no setor das criptomoedas. Segundo o que foi explicado, os agressores pediram um resgate no valor de oito milhões de euros - tendo enviado também um vídeo para o magnata onde mostravam uma amputação, por forma a pressionar o pagamento.
Dias depois, o pai do empresário foi libertado, com sinais de tortura e com um dedo amputado.
A vítima acabou por ser localizada numa habitação em Palaiseau, nos arredores de Paris, graças a uma investigação conduzida pela Brigada de Busca e Intervenção (BRI), uma unidade de elite da polícia francesa.
Segundo a cadeia francesa BFMTV, o filho da vítima encontrava-se em Malta no momento do rapto e foi repatriado de imediato pelas autoridades para colaborar com as negociações.
O pai do magnata foi resgatado durante uma operação policial em Palaiseau, nos arredores de Paris. Foram detidas cinco pessoas.
Este incidente surge apenas três meses e meio após o sequestro de David Balland, cofundador da criptomoeda Ledger, e da sua esposa. Ambos foram resgatados em operações semelhantes, mas Balland acabou por sofrer a amputação de uma mão.
Já esta semana, a filha e o neto do diretor-geral da empresa de criptomoedas Paymium escaparam a uma tentativa de rapto numa rua no centro de Paris, tendo o momento sido registado em vídeo.
A tentativa aconteceu logo pela manhã, quando quatro homens encapuzados tentaram colocar as vítimas numa carrinha da Chronopost, empresa de entrega de correio.
Juntamente com o marido, que terá sido agredido com "objetos contundentes" durante a sua intervenção, a família foi hospitalizada depois, com ferimentos ligeiros.
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