Seita tentou travar papado de Prevost. Foi abolida por Francisco em abril

O grupo peruano Sodalício da Vida Cristã orquestrou uma campanha falhada para difamar o cardeal norte-americano.

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© Guglielmo Mangiapane/Reuters

Notícias ao Minuto
15/05/2025 12:05 ‧ há 6 horas por Notícias ao Minuto

Mundo

Papa Leão XIV

O Sodalício da Vida Cristã, uma seita católica de origem peruana, conduziu, nos dias antes do conclave, uma campanha, com a ajuda de jornais católicos ultra-conservadores, para difamar o cardeal Robert Francis Prevost e impedir que fosse o escolhido para Papa, denunciaram vários jornalistas peruanos.

 

O grupo, que nos últimos anos foi alvo de graves denúncias de abusos físicos, psicológicos e sexuais decorridos entre as décadas de 1970 e 1990, foi dissolvido pelo Papa Francisco por decreto papal a 14 de abril, pouco mais de uma semana antes de morrer.

O Vaticano justificou a decisão, segundo o Vatican News, precisamente por causa das muitas denúncias, investigações e reportagens sobre os abusos, humilhações, maus-tratos a antigos jovens membros e corrupção.

Contudo, apesar da queda, vários jornalistas peruanos afirmam que as ligações do grupo à elite judicial, económica e mediática do país não desapareceram e isso traduziu-se numa campanha contra o novo Papa antes do conclave, trazendo de volta aos media e redes sociais as acusações de encobrimento de abusos da altura em que o norte-americano era bispo em Chiclayo e que já foram provadas como sendo falsas.

Quando o caso 'explodiu', o Papa Francisco mandou investigar e, no final, excluiu o cardeal Robert Francis Prevost de qualquer responsabilidade antes de o nomear prefeito para o Dicastério dos Bispos.

Uma hora depois de Prevost ter aparecido na varanda da Basílica de São Pedro como Papa Leão XIV, o jornalista peruano Pedro Salinas, que tem investigado profundamente o grupo, em conjunto com a colega Paola Ugaz, sublinhou que todas as alegações que estavam agora a surgir eram totalmente falsas.

"Não há provas documentais ou testemunhos sólidos que apontem para Prevost", garantiu Pedro Salinas, em declarações ao jornal espanhol El País.

Pedro Salinas e Paola Ugaz destaparam os casos de abusos em 2015, num livro, e referem Prevost como um "forte aliado", que desempenhou um "papel decisivo", facilitando-lhes o acesso direto a Francisco, no Vaticano.

"Este assunto surgiu há algumas semanas, num site ultraconservador chamado La Abeja e, depois, num podcast com pessoas ligadas ao Sodalício. Apareceu precisamente quando Prevost tinha destituído José Antonio Eguren, que era arcebispo de Piura e Tumbes, senhor e mestra da igreja num território gerido pela Opus Dei e pelo Sodalício. O modus operandi é sempre o mesmo: pegam numa verdade e torcem-na ao ponto de a deformar e transformar noutra coisa", explicou Pedro Salinas.

O cardeal Robert Francis Prevost, de 69 anos, foi eleito Papa no dia 8 de maio, após dois dias de conclave, na Cidade do Vaticano, e assumiu o nome de Leão XIV.

Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, pertence à Ordem de Santo Agostinho e foi prefeito do Dicastério para os Bispos.

Leão XIV sucede ao Papa Francisco, que morreu em 21 de abril, aos 88 anos.

Leia Também: Cardeal Américo Aguiar "já deu aquele braço" a Leão XIV. As imagens

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