Segundo o relatório Estatísticas Mundiais de Saúde 2025, melhorias ao nível do controlo do tabagismo, da qualidade do ar e da água, do saneamento e higiene contribuíram para que mais 1,4 mil milhões de pessoas estejam a viver com mais saúde.
"O progresso é possível, mesmo em tempos de incerteza", assinala o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no prefácio do relatório, adiantando que "apesar das crescentes pressões globais sobre os sistemas de saúde, os países continuam a avançar rumo à cobertura universal de saúde, à segurança sanitária mais forte e a populações mais saudáveis", com o apoio da organização "em mais de 150 países, territórios e regiões".
Divulgado nas vésperas da 78.ª Assembleia Mundial da Saúde, que decorre de 19 a 27 de maio em Genebra, o relatório inclui uma avaliação intermediária do desempenho desta agência das Nações Unidas "na implementação do Orçamento-Programa 2024-2025, fornecendo um panorama do progresso em direção às prioridades estratégicas do Décimo Terceiro Programa Geral de Trabalho, 2019-2025".
Além daquele, o estudo mostra também progressos ao nível da cobertura de serviços essenciais de saúde e da proteção contra emergências, embora refira serem insuficientes para alcançar até 2030 os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU.
No primeiro caso, estima-se que mais 431 milhões de pessoas estejam cobertas por serviços essenciais de saúde, em grande parte devido a melhores profissionais de saúde, um maior acesso à contraceção e à expansão da terapia antirretroviral para o VIH.
Calcula-se também que mais 637 milhões de pessoas estejam melhor protegidas contra emergências de saúde graças a uma "maior preparação, vigilância, capacidade da força de trabalho e acesso equitativo a recursos e serviços, apoiados por reformas como as emendas ao Regulamento Sanitário Internacional".
O relatório destaca igualmente que, em 2024, sete países eliminaram uma doença tropical negligenciada e a dracunculose ou Verme da Guiné está "mais perto do que nunca da erradicação".
Até ao final do ano passado mais de 70 milhões de pessoas tiveram acesso a serviços de saúde mental e pelo menos um milhão com transtornos mentais receberam tratamento, tendo a OMS coordenado a resposta a 51 emergências em 89 países e territórios.
No entanto, o diretor-geral da OMS alerta no prefácio para a necessidade de reconhecer os desafios que a organização enfrenta.
"O cenário financeiro global está a tornar-se mais limitado e, nos próximos anos, sustentar e apressar os resultados exigirá compromisso e investimento renovados. A capacidade da OMS de fornecer um apoio forte dependerá da obtenção dos recursos necessários para corresponder à ambição da nossa missão", refere Tedros Adhanom Ghebreyesus.
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