Hamas acusa Israel de usar ajuda humanitária como chantagem política

O grupo islamita palestiniano Hamas acusou hoje Israel de usar a ajuda humanitária como meio de "chantagem política" e de ser responsável pela "deterioração da catástrofe humanitária" na Faixa de Gaza.

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© MOHAMMADALI NAJIB/Middle East Images/AFP via Getty Images

Lusa
05/05/2025 11:23 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Rejeitamos o uso de ajuda humanitária como meio de chantagem política", disse o Hamas em comunicado, acrescentando que "a obstrução contínua à entrada de ajuda" desde 2 de março tornou Israel "totalmente responsável pelo agravamento da catástrofe humanitária" no território palestiniano.

 

Israel aprovou esta madrugada um plano para retomar o acesso de ajuda humanitária, que estava completamente bloqueada desde o início de março, embora, de acordo com a imprensa nacional, o plano tenha contado com a oposição de alguns ministros.

Já no domingo, as agências da ONU e organizações não-governamentais (ONG) que trabalham na Faixa de Gaza tinham rejeitado o plano de ajuda humanitária norte-americano e de Israel, alegando que "viola os princípios humanitários fundamentais" e deixará muita gente sem ajuda.

Segundo os representantes das organizações, Israel tenciona encerrar os sistemas de distribuição de ajuda existentes, que são geridos pela ONU e pelos seus parceiros, passando os fornecimentos a ser feitos por centros de distribuição israelitas "sob condições militares israelitas".

Segundo avança hoje o jornal Israel Hayom, o Governo também aprovou um aumento gradual da pressão militar sobre o enclave e sobre o Hamas para que este aceite um cessar-fogo.

Israel bloqueou, em março, o acesso de ajuda humanitária a Gaza para impedir o Hamas de aceder ao material que entra na Faixa, onde ainda estão várias dezenas de reféns israelitas levados pelos islamitas nos ataques de 07 de outubro de 2023.

O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, conhecido por ser ultranacionalista, defendeu, na altura, não haver necessidade de introduzir ajuda em Gaza, considerando que "os armazéns de alimentos do Hamas deviam ser bombardeados", provocando o que a imprensa local descreveu como uma discussão acalorada com o chefe do Estado-Maior do Exército, Eyal Zamir.

"[Essa posição] coloca-nos em perigo. O direito internacional existe e vincula-nos. Não podemos matar a Faixa de Gaza de fome. As suas declarações são perigosas", terá dito o chefe do exército, segundo a emissora israelita Canal 12.

Este é o maior bloqueio de Israel no enclave desde o início da ofensiva.

As organizações internacionais de ajuda humanitária dizem que estão a ficar sem nada na Faixa de Gaza, devastada por mais de um ano e meio de guerra entre o movimento islamita palestiniano Hamas e Israel.

Antes do cessar-fogo, a entrada de ajuda era significativamente limitada: a agência da ONU para refugiados palestinianos (UNRWA) registou o acesso de cerca de 92 camiões por dia em Gaza em novembro de 2024, enquanto antes da guerra era de cerca de 500, o que já era considerado insuficiente.

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