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Contestação de resultados repete-se nos 11 anos de Maduro no poder

A contestação ao resultado das presidenciais venezuelanas de domingo anunciado pelas autoridades é o mais recente episódio de uma série de eleições questionadas pela oposição e parte da comunidade internacional desde que Nicolás Maduro chegou ao poder em 2013.

Contestação de resultados repete-se nos 11 anos de Maduro no poder
Notícias ao Minuto

17:28 - 29/07/24 por Lusa

Mundo Venezuela

Eis o histórico da última década na política venezuelana:

 

Maduro sucede a Chávez em 2013

Em abril de 2013, após a morte do Presidente socialista Hugo Chávez (1999-2013), o vice-presidente Nicolás Maduro assumiu o testemunho da doutrina chavista e venceu as eleições presidenciais com 50,62% dos votos.

O líder da oposição, o governador Henrique Capriles, derrotado por pouco, exigiu uma auditoria dos resultados e recorreu ao Supremo Tribunal de Justiça, sem sucesso.

Em 2016, a oposição tentou convocar um referendo revogatório, mas falhou esse objetivo.

O primeiro mandato de Maduro foi marcado por ondas de manifestações reprimidas com violência (mais de 168 mortos em 2014 e 2017), repressão dos opositores, aumento do poder do Presidente e isolamento internacional, com a introdução de sanções norte-americanas.

Reeleição contestada

Em 20 de maio de 2018, Nicolás Maduro foi reeleito numa eleição presidencial antecipada boicotada pela maioria da oposição. Mais de 60 países não reconheceram a sua reeleição, incluindo os Estados Unidos, que impuseram um embargo petrolífero à Venezuela em 2019.

Em 21 de janeiro de 2019, 27 militares foram detidos depois de se terem insurgido. Maduro acusou Washington de ter ordenado "um golpe de Estado fascista".

No dia 23, o opositor Juan Guaidó, presidente do parlamento - de que os chavistas perderam o controlo em 2015 -, proclamou-se Presidente interino, sendo reconhecido por cerca de 60 países, entre os quais os Estados Unidos e Portugal.

No final de abril, uma revolta de um grupo de militares pró-Guaidó fracassou.

O chavismo reconquista o parlamento

Em 06 de dezembro de 2020, o Presidente Nicolás Maduro recuperou o controlo da Assembleia Nacional em eleições legislativas marcadas por uma taxa de abstenção de 69% e rejeitadas internacionalmente. A maior parte da oposição apelou a um boicote.

No final de 2022, a oposição, profundamente dividida, pôs fim à presidência e ao governo interino de Juan Guaidó. Em 03 de janeiro de 2023, os Estados Unidos indicaram que continuavam a não considerar Nicolás Maduro como o Presidente legítimo.

Demissão do líder da oposição

Poucos meses antes das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, a carismática líder da oposição Maria Corina Machado, favorita nas sondagens, foi declarada inelegível pelo Governo, sob acusação de corrupção.

Foi substituída a curto prazo por um diplomata desconhecido do grande público, Edmundo Gonzalez Urrutia, para enfrentar Nicolás Maduro, que procura um terceiro mandato de seis anos.

Acreditando que o Governo continuava a reprimir a oposição, Washington anunciou, em abril, a reintrodução de sanções nos setores do petróleo e do gás, que tinham sido aliviadas alguns meses antes.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou que o Presidente cessante Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos.

Maduro obteve 5,15 milhões de votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%), de acordo com os números oficiais anunciados pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso.

A oposição venezuelana reivindicou a vitória nas eleições presidenciais de domingo, com 70% dos votos para Gonzalez Urrutia, afirmou a líder opositora María Corina Machado, recusando-se a reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.

Vários países já felicitaram Maduro pela vitória, como Nicarágua, Cuba, China e Irão, mas outros demonstraram grande preocupação com a transparência das eleições na Venezuela, como Estados Unidos e a União Europeia.

Leia Também: Luso-venezuelanos esperam melhorias económicas após presidenciais

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