Estudo apoiado por Portugal mostra eficácia de repelente contra malária
Um estudo do Centro de Investigação Operacional da Beira (CIOB), província moçambicana de Sofala, com apoio português, aponta a eficácia do uso em grandes espaços do repelente IR3535, fabricado em Portugal, no controlo da malária.
![Estudo apoiado por Portugal mostra eficácia de repelente contra malária](https://media-manager.noticiasaominuto.com/960/naom_6628c225a9369.jpg)
© Jahi Chikwendiu/The Washington Post via Getty Images
![Notícias ao Minuto](https://cdn.noticiasaominuto.com/img/equipa/pessoa/lusa.png)
Mundo Malária
"Até agora os resultados são promissores, são positivos, pelos resultados alcançados. Houve uma redução da população de mosquitos naquelas residências que foram pulverizadas com o repelente, comparativamente com aquelas que não se beneficiaram", explicou hoje à Lusa Joaquim Domingos Lequechane, investigador principal do CIOB, do Instituto Nacional de Saúde de Moçambicano.
O estudo, que envolve ainda o Instituto de Higiene e Medicina Tropical, de Lisboa, e o Parque Nacional de Gorongosa, contou com uma amostra de 1.410 pessoas, correspondente a 302 agregados familiares da comunidade de Tambara, em Nhamatanda, e foi usado este repelente de fabrico português para pulverizar as paredes de casas, medindo o seu nível de eficácia, nomeadamente como "alternativa inovadora aos inseticidas", aos quais os mosquitos mostram resistência.
Durante o processo foram pulverizadas paredes interiores e exteriores com o repelente, para "afugentar" o mosquito que transmite a malária e reduzir a sua população.
As províncias de Sofala e Tete são as que apresentam maiores taxas de doentes de malária em Moçambique.
O dia mundial da luta contra a malária assinala-se anualmente a 25 de abril.
Financiado em dois anos com 382 mil euros pela Fundação Belmiro de Azevedo, de Portugal, e implementado pelo CIOB, este projeto está a fazer uma investigação na província de Sofala, principalmente em Tambara, para avaliar a proteção conferida pelo uso daquele repelente contra a malária.
Trata-se de um repelente usado há mais de 30 anos e um dos mais comuns entre os aplicados no corpo, sendo menos tóxico, mas está a ser testado como repelente ambiental, nas habitações e locais de grande concentração de pessoas.
"É um dos mais eficazes que existe e não temos até aqui restrições para o seu uso, mesmo em pessoas com problemas de saúde ou alérgicos a inseticidas, grávidas, crianças, entre outros. Este repelente funciona com eficiência", afirmou o investigador, com base nos dados preliminares do estudo.
Segundo o diretor do Programa Nacional do Controlo da Malária, Baltazar Candrinho, o número de casos de doença aumentou, tendo sido registados 13 milhões casos em 2023, contra 12,4 milhões em 2022, um aumento em 17%, mas o número de mortes por malária tende a reduzir-se, tendo sido registados 357 óbitos em 2023, contra 423 de 2022.
Leia Também: Moçambique introduz vacina contra malária e imuniza 600 mil crianças
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com