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Ministra cubana diz que "não há mendigos" na ilha (e leva 'raspanete')

O Presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, criticou hoje a sua ministra do Trabalho, que causou polémica ao afirmar que não há mendigos, mas apenas pessoas "disfarçadas de mendigos", na ilha sob regime comunista.

Ministra cubana diz que "não há mendigos" na ilha (e leva 'raspanete')

© MAXIM SHEMETOV/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
15/07/2025 23:47 ‧ há 1 mês por Lusa

Mundo

Cuba

Durante uma apresentação perante uma comissão parlamentar, a ministra do Trabalho e da Segurança Social, Marta Elena Feito, negou na segunda-feira a existência de mendigos na ilha.

 

Negou ainda que as pessoas que apanham lixo nas ruas o façam em busca de comida e criticou ainda as pessoas que ganham dinheiro a limpar os para-brisas nas estradas, acusando-os de procurar uma "vida fácil".

"Vemos pessoas que parecem mendigos, mas quando se olha para as suas mãos, quando se olha para as suas roupas, percebe-se que estão disfarçadas de mendigos, não são mendigos. Não há mendigos em Cuba", sublinhou a ministra.

Estas declarações, feitas durante uma sessão parlamentar e transmitidas pela televisão nacional, geraram protestos, principalmente nas redes sociais, numa altura em que a população cubana enfrenta uma inflação galopante e as pessoas a pedir esmola ou a vasculhar contentores do lixo são cada vez mais visíveis em Havana.

"Lembrem-se: estas pessoas não são mendigos em Cuba, são pessoas disfarçadas", brincou um utilizador da rede social Facebook, ao publicar fotografias que mostravam pessoas a vasculhar contentores do lixo.

Miguel Díaz-Canel respondeu hoje na sua conta no X, considerando "altamente questionável" a "falta de sensibilidade na abordagem da vulnerabilidade".

O Presidente cubano voltou ao assunto um pouco mais tarde, durante uma sessão parlamentar.

"Nenhum de nós pode agir de forma arrogante, presunçosa, alheio à realidade que vivemos", insistiu, em declarações que duraram cerca de 20 minutos.

"Estas pessoas, que por vezes descrevemos como mendigos ou pessoas ligadas à mendicidade, são, na realidade, expressões concretas das desigualdades e dos problemas sociais" que Cuba enfrenta, reconheceu ainda o governante cubano.

Os níveis de pobreza têm aumentado nos últimos anos na ilha, que enfrenta uma profunda crise económica, impulsionada pela fraca produção local e pelo endurecimento do embargo norte-americano.

Miguel Díaz-Canel não utilizou a palavra 'pobre', preferindo os termos vulnerável ou vagabundo, que as autoridades costumam utilizar para se referirem a esta matéria.

Até 2024, 189 mil famílias e 350 mil pessoas consideradas vulneráveis receberão programas de assistência social na ilha de 9,7 milhões de habitantes, segundo o governo.

Leia Também: EUA exige a Cuba "prova de vida" do dissidente José Daniel Ferrer

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