Rússia acusa Ocidente de "demonizar" Coreia do Norte
A Rússia acusou hoje os países ocidentais de praticarem uma "propaganda agressiva" e uma "demonização constante" da Coreia do Norte, defendendo o fim da "natureza indefinida" do regime de sanções contra Pyongyang.
© Reuters
Mundo Vasily Nebenzya
Numa sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) em que teve de justificar o veto que aplicou em março a uma resolução que prolongaria até 2025 o mandato do painel de peritos que auxilia o comité de sanções para a Coreia do Norte, o embaixador russo, Vasily Nebenzya, argumentou que as "conclusões odiosas" dos especialistas não contribuíam para a normalização da situação na Península Coreana e em torno dela.
De acordo com Nebenzya, a situação em torno da península continua a deteriorar-se rapidamente, à medida que aumenta uma "pressão sem precedentes sobre as autoridades legítimas em Pyongyang", pressão essa liderada por Washington.
"Esta política inclui (...) duras restrições unilaterais, propaganda agressiva e demonização constante", avaliou o diplomata russo, acrescentando que as sanções acarretam consequências humanitárias graves para a população norte-coreana.
"A preservação indefinida destas restrições draconianas está obviamente fadada ao fracasso e não atende às exigências da época", defendeu.
O representante de Moscovo apontou ainda que o regime de sanções contra Pyongyang é o único de natureza indefinida.
"Todas as outras medidas restritivas em relação a outros países têm objetivos finais realistas e são revistas regularmente", contrastou, frisando que há vários anos que Moscovo apela à revisão das sanções e à sua adaptação às novas realidades.
Ainda segundo Nevenzya, os países ocidentais apenas queriam o prolongamento do mandato do painel de peritos "simplesmente porque temiam perder o instrumento que utilizaram tão eficazmente durante tantos anos para os seus objetivos nacionais estreitamente egoístas".
Face a esta situação, Nebenzya anunciou que pretende submeter à consideração do Conselho de Segurança da ONU, "num futuro muito próximo", um projeto de resolução que preveja uma prorrogação de um ano do mandato e que atualize os parâmetros do regime de sanções norte-coreano.
Na sessão da Assembleia-Geral, o embaixador norte-coreano na ONU agradeceu à Rússia por ter provocado, através do seu veto, a dissolução do sistema de monitorização de sanções da ONU contra Pyongyang.
A Coreia do Norte "está muito grata pelo veto russo à resolução ilegal que renovava o comité de peritos" que monitoriza as sanções, declarou Kim Song, ao dirigir-se à Assembleia-Geral.
A Coreia do Norte está sujeita a sanções do Conselho de Segurança da ONU relacionadas com o seu programa nuclear desde 2006.
A resolução vetada pela Rússia não altera o regime de sanções a Pyongyang, que permanece em vigor.
Contudo, desde 2019, a Rússia e a China, destacando em particular a situação humanitária da população norte-coreana, apelam à redução destas sanções, que não têm data para terminar.
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