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Sudão: 1 em cada 2 crianças esteve em zona de guerra ativa no último ano

Uma em cada duas crianças no Sudão está ou esteve a menos de cinco quilómetros das linhas da frente da guerra no último ano, devido ao conflito no país, afirmou hoje a Organização Não-Governamental (ONG) Save the Children.

Sudão: 1 em cada 2 crianças esteve em zona de guerra ativa no último ano
Notícias ao Minuto

14:30 - 10/04/24 por Lusa

Mundo Sudão

Numa análise realizada pelo Projeto de Dados sobre Localização e Eventos de Conflitos Armados (ACLED) para a ONG, este número representa cerca de dez milhões de crianças, um aumento de 60% em relação aos 6,6 milhões de crianças expostas à violência no primeiro mês do conflito que começou em 15 de abril de 2023.

Estas crianças foram expostas a "confrontos, bombardeamentos, ataques com engenhos explosivos improvisados, ataques com morteiros e mísseis, e ações diretas contra civis", e sofreram ou testemunharam "ferimentos devastadores, mortes, deslocações, danos psicológicos e a destruição das suas casas e comunidades", disse a ONG em comunicado.

Desde o início do conflito, a maior parte dos acontecimentos violentos ocorreram nas localidades mais populosas do Sudão, incluindo vilas e cidades com mais de 100.000 habitantes, refere-se no comunicado.

O diretor da Save the Children no Sudão, Arif Noor, citado no comunicado, disse que estes dados mostram "quão perigosamente perto da morte e dos ferimentos estiveram tantas crianças no Sudão durante o último ano de guerra".

"Viram assassínios, massacres, ruas cheias de balas, cadáveres e casas bombardeadas, ao mesmo tempo que vivem com um medo demasiado real de que elas próprias possam ser mortas, feridas, recrutadas para combater ou sujeitas a violência sexual", afirmou.

A situação atingiu um "ponto de ebulição", segundo o responsável, que recordou que "milhões de crianças não têm acesso a uma alimentação adequada, 3,8 milhões estão subnutridas e milhares de outras correm o risco de morrer de doenças, uma vez que o sistema de saúde do país está praticamente em colapso".

A guerra no Sudão começou a 15 de abril de 2023 entre o exército, sob o comando do general Abdel Fattah al-Burhane, e as Forças de Apoio Rápido (RSF), paramilitares, dirigidos pelo seu antigo adjunto, o general Mohamed Hamdane Daglo.

Leia Também: Guerra civil no Sudão já fez mais de 8,5 milhões de refugiados, diz ACNUR

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