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Myanmar. Junta militar admite que eleições podem não abranger todo o país

As próximas eleições em Myanmar (ex-Birmânia) podem não abranger todo o país, que enfrenta um violento conflito civil, admitiu o líder da junta militar, Min Aung Hlaing, numa entrevista hoje divulgada pela imprensa birmanesa.

Myanmar. Junta militar admite que eleições podem não abranger todo o país
Notícias ao Minuto

13:08 - 25/03/24 por Lusa

Mundo Myanmar

"Se o país estiver pacífico e estável, temos um plano para realizar eleições no maior número possível de secções, mesmo que o sufrágio não possa ser realizado em âmbito nacional", afirmou o líder à agência de notícias russa Tass, em 18 de março.

A entrevista foi publicada na edição de hoje do meio de comunicação estatal birmanês Global New Light of Myanmar.

"Temos um ultimato para organizar eleições livres e justas", sublinhou Min Aung Hlaing, sem especificar uma data.

Os generais birmaneses tomaram o poder em fevereiro de 2021 sob o pretexto de fraude massiva durante as eleições legislativas que aconteceram novembro de 2020, vencidas pelo partido pró-democracia da líder Aung San Suu Kyi, que no momento se encontra presa.

Os militares prometeram eleições assim que o estado de emergência fosse levantado, mas esse continua a ser renovado devido ao prolongamento do conflito entre o exército e os seus opositores, que já conquistaram várias regiões do país.

A junta também condicionou as eleições à realização de um recenseamento nacional, que ainda está em curso.

Em setembro passado, cerca de trinta partidos políticos receberam autorização para participar nas futuras eleições, mas não a Liga Nacional para a Democracia (LND), de Suu Kyi, que já havia sido dissolvida alguns meses antes.

Os responsáveis dos partidos disseram nessa altura à AFP que uma votação poderia ocorrer em 2025.

Desde então, uma ofensiva coordenada por grupos minoritários étnicos perto da fronteira chinesa revigorou o movimento de protesto contra a junta militar.

Leia Também: Junta de Myanmar controla menos de metade do país mas ainda é "perigosa"

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