Irão. AI denuncia campanha de repressão contra mulheres que não usam véu
A Amnistia Internacional (AI) denunciou hoje que as autoridades iranianas estão a levar a cabo uma campanha massiva de repressão contra as mulheres que não usam o véu islâmico obrigatório.
© Morteza Nikoubazl/NurPhoto via Getty Images
Mundo Amnistia Internacional
Muitas mulheres iranianas deixaram de usar o véu islâmico obrigatório como forma de protesto e desobediência civil desde a morte de Mahsa Amini, em setembro de 2022, após terem sido presas justamente por usarem o hijab incorretamente, o que gerou fortes protestos no país.
Após vários protestos com uma repressão policial que causou centenas de mortos, as autoridades tentam reimpor o uso do véu, algo que consideram inegociável.
"Numa tentativa sinistra de minar a resistência ao uso obrigatório do véu na sequência da revolta da 'Liberdade para a Vida da Mulher', as autoridades iranianas estão a aterrorizar mulheres e raparigas, submetendo-as continuamente à vigilância e ao controlo policial", disse a diretora regional adjunta da AI para o Médio Oriente e Norte de África, Diana Eltahawy, em comunicado.
De acordo com a AI, as táticas de repressão vão desde parar as condutoras na estrada e confiscar os veículos, até à imposição de punições desumanas, como flagelações ou penas de prisão.
A AI recolheu testemunhos de 46 pessoas, incluindo 41 mulheres -- uma delas transexual -, uma menina e quatro homens.
Como resultado desta vigilância, centenas de milhares de veículos conduzidos por mulheres ou com passageiros do sexo feminino, mesmo com apenas nove anos, que não usavam o hijab ou o usavam "inadequadamente" foram confiscados desde abril de 2023, documenta a investigações da AI.
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