Irão afirma ter atacado "um grupo terrorista" no Paquistão
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão afirmou hoje que Teerão efetuou ataques aéreos com mísseis e 'drones' no Paquistão dirigidos unicamente a "um grupo terrorista" e não a civis paquistaneses.
© Reuters
Mundo MNE
"Atingimos unicamente terroristas iranianos no território do Paquistão", declarou Hossein Amir-Abdollahian no Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, um dia depois do ataque conduzido pelas forças iranianas que foi entretanto condenado por Islamabad.
Esta foi a primeira confirmação oficial de um responsável iraniano sobre esta operação que, segundo as autoridades paquistanesas, provocou a morte de duas crianças.
"Nenhum civil do país amigo e irmão do Paquistão foi visado pelos mísseis e 'drones' [aeronaves não tripuladas] iranianos. O designado grupo Jaish al-Adl [Exército da Justiça, em árabe], que é um grupo terrorista iraniano, foi atingido [pelos ataques]", insistiu o chefe da diplomacia do Irão.
"Este grupo encontrou refúgio em certos locais da província do Baluchistão", no oeste do Paquistão, junto à fronteira com o Irão, referiu o ministro.
Hossein Amir-Abdollahian acrescentou que este grupo efetuou "numerosas operações no Irão, em particular na região de Rask", onde 11 polícias iranianos foram mortos em dezembro.
O representante iraniano assegurou que esta questão foi discutida "por diversas vezes com responsáveis paquistaneses".
"Respeitamos a soberania e a integridade territorial do Paquistão", mas "não aceitamos que a nossa segurança nacional seja ameaçada e não teremos qualquer reserva ou hesitação quando se tratar dos nossos interesses nacionais", prosseguiu.
O ministro não comentou a decisão de Islamabad de convocar o representante diplomático do Irão no Paquistão para protestar contra "uma injustificada violação do seu espaço aéreo", para além de ter chamado o seu embaixador em Teerão.
Algumas horas antes do ataque de terça-feira, o primeiro-ministro interno paquistanês, Anwar-ul-Haq Kakar, manteve um encontro com Hossein Amir-Abdollahian à margem do Fórum de Davos.
Na terça-feira, o Irão também atingiu com diversos mísseis áreas que designou como "quartéis-generais de espiões" e alvos "terroristas" na Síria e no Curdistão autónomo iraquiano.
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