Guiné-Conacri destitui 58 oficiais por "incumprimento de obrigações"
A junta no poder na Guiné-Conacri destituiu 58 oficiais, soldados e agentes prisionais acusados de falhas no contexto da operação de comandos que libertou, temporariamente, o antigo ditador Moussa Dadis Camara da prisão, no sábado.
© CELLOU BINANI/AFP via Getty Images
Mundo Guiné-Conacri
Segundo uma lista lida na íntegra na televisão estatal, no domingo à noite, estes oficiais foram acusados de "incumprimento das suas obrigações" ou "falta grave".
O porta-voz do Governo reconheceu que "o comando (tinha) conseguido entrar (na prisão) porque os agentes aí colocados os deixaram entrar" e citou o envolvimento de "boinas vermelhas" do batalhão autónomo de tropas Aerotransportadas em serviço, membros da Guarda Republicana e outros gentes.
No sábado, homens fortemente armados retiraram da prisão central Moussa Dadis Camara e três outros prisioneiros, que estão atualmente a ser julgados por um massacre cometido em 2009, durante a sua presidência.
Durante esta operação, pelo menos nove pessoas morreram, disse hoje o procurador-geral da Guiné-Conacri.
Entre os mortos estão os três alegados agressores, quatro membros das forças de segurança e dois ocupantes de uma ambulância, aparentemente civis, segundo uma avaliação ainda provisória apresentada em comunicado de imprensa pelo procurador-geral Yamoussa Conte.
O antigo ditador da Guiné-Conacri, Moussa Dadis Camara, foi recapturado e novamente preso, segundo o exército e o seu advogado, assim como os outros dois prisioneiros, o capitão Dadis Camara e o ex-autocrata Jean-Baptiste Jocamey Haba.
O advogado do ex-autocrata, reiterou hoje que ele tinha sido "raptado", uma afirmação também feita pelos advogados dos outros detidos.
Apenas o coronel Claude Pivi permanece incontactável entre os homens retirados da prisão durante a operação de comando, disse o diretor de informação do exército (Dirpa), Ansoumane Toumany Camara.
Por isso, apesar das atividades terem sido retomadas em Kaloum, o bairro da indústria e do comércio onde se situa a prisão central, após uma paragem durante o fim de semana, as forças de segurança controlam as entradas das estradas, à procura de armas ou do último prisioneiro ainda em fuga.
O coronel Pivi foi um dos homens fortes da junta que governou a Guiné entre 2008 e 2009 sob o comando do capitão Dadis Camara, de quem foi ministro. Tal como os outros três prisioneiros, é um dos principais arguidos no processo do massacre de 2009.
A operação dos comandos levantou inicialmente a suspeita de uma nova tentativa de golpe de Estado nesta nação que faz fronteira com a Guiné-Bissau, expondo depois a atual junta a questões sobre a eficácia e a coesão das forças de segurança.
O Ministro da Justiça, Alphonse Charles Wright, garantiu que "o julgamento irá decorrer normalmente", sendo que deveria ter sido retomado hoje, mas foi adiado devido a uma greve da Ordem dos Advogados, sem qualquer relação com os recentes acontecimentos.
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