"O meu dever". Jornalista que perdeu família em Gaza volta ao trabalho

O jornalista da Al Jazeera perdeu a mulher, o filho, a filha e o neto.

Wael al-Dahdouh, jornalista da Al Jazeera,

© Mohammed Talatene/picture alliance via Getty Images

Notícias ao Minuto
28/10/2023 23:20 ‧ 28/10/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Israel/Palestina

Wael al-Dahdouh, o jornalista da Al Jazeera que perdeu a família durante um ataque israelita a Gaza, na passada terça-feira, já voltou a trabalhar por considerar ser esse o seu "dever, apesar da dor e da ferida aberta".

O correspondente da Al Jazeera em Gaza estava a trabalhar no bairro de Yarmouk quando soube que um ataque de Israel tinha atingido a zona onde a família estava abrigada, em Nuseirat, no centro do enclave. A mulher, o filho, a filha e o neto morreram. 

"Senti que era o meu dever, apesar da dor e da ferida aberta, voltar para a frente da câmara e comunicar convosco através das redes sociais o mais rapidamente possível", explicou, citado pelo jornal The Guardian.

"Como podem ver, os disparos continuam por todo o lado. Há ataques aéreos e bombardeamentos de artilharia, e as coisas continuam a evoluir", acrescentou.

Já em declarações à Al Jazeera, no dia do ataque, Wael Dahdouh explicou que a família foi atacada no sul da Faixa de Gaza, para onde viajaram após a ordem de Israel para evacuar o norte do enclave. 

Correspondente da Al Jazeera em Gaza perde a família em ataque israelita

"Sabíamos que a ocupação israelita não nos deixaria sem punir-nos", reagiu o jornalista.

Notícias ao Minuto | 19:21 - 25/10/2023

"O que aconteceu está claro; faz parte do contínuo ataque às mulheres e crianças em Gaza. Eu estava apenas a informar sobre os ataques israelitas que atingiram a área de Nuseirat", disse.

"Sabíamos que a ocupação israelita não nos deixaria sem punir-nos. Eles estão a vingar-se das crianças. Mas as nossas lágrimas são humanas, não por cobardia", acrescentou.

As forças israelitas intensificaram esta madrugada as operações terrestres na Faixa de Gaza em paralelo com os bombardeamentos do enclave que se prolongam desde 7 de outubro, após o ataque do movimento islamita Hamas ao sul de Israel, e avisaram que consideram Gaza com "campo de batalha", recomendando aos civis que abandonem o território.

Desde o início do conflito, foram contabilizados mais de 7.300 mortos e cerca de 19.000 feridos na Faixa de Gaza, a grande maioria civis, dos quais mais de 3.000 são crianças.

Leia Também: "Enterrei-os juntos". O relato do jornalista que perdeu família em Gaza

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