Rússia acusa Kyiv de violar acordo com regresso de comandantes de Azov

O Kremlin afirmou hoje que o regresso à Ucrânia de cinco comandantes que lideraram a defesa da siderúrgica Azovstal durante semanas no ano passado em Mariupol (sudeste), viola o acordo firmado com a Rússia quando libertou os combatentes ucranianos.

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© Ukraine Presidency / Handout/Anadolu Agency via Getty Images)

Lusa
08/07/2023 22:22 ‧ 08/07/2023 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"O regresso dos líderes do Azov [regimento ucraniano] da Turquia para a Ucrânia não é mais do que uma violação direta dos termos dos acordos existentes", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, à agência Ria Novosti.

Peskov sustentou que aqueles líderes militares deveriam permanecer na Turquia "até o fim do conflito".

O porta-voz destacou que, além disso, ninguém informou a Rússia sobre a transferência da Turquia para a Ucrânia dos comandantes do batalhão Azov, considerado uma organização terrorista na Rússia.

Portanto, disse ele, tanto a Turquia quanto a Ucrânia violaram os termos do acordo sobre a libertação dos combatentes.

O Presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, deixou hoje a Turquia para de regresso ao seu país juntamente com aqueles cinco comandantes, que qualificou como heróis e que recebeu no aeroporto de Istambul com abraços e sorrisos, segundo um vídeo divulgado pelo seu gabinete.

Os líderes do regimento Azov estavam na Turquia desde setembro de 2022 sob a proteção do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que negociou sua libertação em uma troca de prisioneiros com a Rússia.

A mediação de Erdogan permitiu a libertação de 215 soldados ucranianos, quase todos capturados em Mariupol, em troca de 55 russos e ucranianos ligados ao Kremlin, incluindo Viktor Medvedchuk, um oligarca ucraniano próximo do presidente russo Vladimir Putin.

A Rússia capturou cerca de 2.500 soldados ucranianos em maio de 2022 na unidade siderúrgica de Mariupol e ainda tem cerca de 1.900 na sua posse. Embora se tenham rendido, a resistência de semanas desses soldados a um inimigo muito superior tornou-os num símbolo para a Ucrânia.

Embora se tenham rendido, a resistência de semanas desses soldados a um inimigo muito superior tornou-os num símbolo, na batalha mais sangrenta da guerra da Ucrânia e que deixou a cidade eduzida a escombros, até aos combates em Bakhmut, província de Donetsk (leste), que perdura desde agosto do ano passado.

Na sua visita a Istambul, Volodymyr Zelensky, agradeceu, na sexta-feira, ao homólogo turco o apoio manifestado à pretensão do país em aderir à NATO.

"Fiquei feliz em saber que o Presidente disse que a Ucrânia merece tornar-se membro da NATO", afirmou Zelensky numa conferência de imprensa conjunta com Recep Tayyip Erdogan.

Erdogan afirmou nesse dia, à saída de um encontro com o seu homólogo ucraniano, que a Ucrânia "merece entrar na NATO".

Zelenski encerrou assim uma digressão que desde quinta-feira o levou à Bulgária, República Checa, Eslováquia e Turquia.

Estas visitas ocorrem pouco antes da cimeira da NATO, em 11 e 12 de julho em Vílnius, na Lituânia, na qual as aspirações da Ucrânia para aderir à Aliança Atlântica e a invasão russa serão o foco dos debates.

Já hoje o Presidente ucraniano assinalou os 500 dias de guerra saudando os soldados do país num vídeo a partir de uma ilha no Mar Negro que se tornou também num símbolo da resistência da Ucrânia face à invasão russa.

Ao falar na Ilha das Serpentes, Zelensky honrou os soldados ucranianos que lutaram para a defender e todos os outros defensores do país, dizendo que reassumir o controlo da ilha é "uma grande prova de que a Ucrânia vai reconquistar cada parte do seu território".

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Leia Também: Ucrânia. EUA acusam Rússia de ser "único obstáculo" a uma "paz justa"

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