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Sudão. Combates agravam a "já terrível" situação das crianças, alerta ONG

Os combates no Sudão estão a "agravar rapidamente" a "já terrível" situação humanitária das crianças, com milhões a necessitarem de assistência imediata, alertaram hoje a Unicef e as organizações não-governamentais (ONG) World Vision e Save the Children.

Sudão. Combates agravam a "já terrível" situação das crianças, alerta ONG
Notícias ao Minuto

13:51 - 27/04/23 por Lusa

Mundo Save the Children

Numa declaração conjunta, as ONG sublinharam que, antes do início do atual conflito entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF), no dia 15, "as necessidades humanitárias no Sudão eram graves e estavam a agravar-se, sendo as crianças as mais vulneráveis".

A nota refere que cerca de 15,8 milhões de pessoas no Sudão necessitam de assistência humanitária, incluindo mais de 8,5 milhões de crianças, num país que regista uma das taxas mais elevadas de desnutrição infantil do mundo.

"A crise interrompeu os tratamentos que salvam vidas a cerca de 50.000 crianças que sofrem de desnutrição aguda grave (...) estas crianças podem morrer e as taxas de desnutrição agravar-se-ão se a ajuda não for retomada rapidamente", alertaram as ONG.

Alertaram também para o facto de os combates entre o exército sudanês e as RSF estarem a provocar deslocações e a expor ainda mais as crianças a possíveis violações graves, incluindo "o recrutamento e a utilização pelas forças e grupos armados, bem como a violência sexual".

"Pelo menos nove crianças foram mortas e mais de 50 ficaram feridas durante os combates", que já mataram pelo menos 512 civis e feriram mais de 4.000, refere o comunicado.

Por outro lado, o mesmo documento adverte que "a cadeia de frio que mantém as vacinas viáveis tem sido afetada por constantes cortes de energia e combustível, colocando em risco a vida de milhões de crianças num país onde as taxas de vacinação já estavam a cair e onde as crianças enfrentam surtos regulares de doenças".

"Milhões de crianças sub-vacinadas ou com dose zero não receberão vacinas que salvam vidas, expondo-as a doenças mortais como o sarampo e a poliomielite", acrescenta a nota.

As ONG sublinharam também que o encerramento das escolas obrigou milhões de pessoas a abandonar a escola, "deixando uma em cada três raparigas e um em cada quatro rapazes sem acesso à aprendizagem".

Antes da atual crise, sete milhões de crianças sudanesas não frequentavam a escola e 2,7 milhões viviam em situação de subnutrição, mas agora "desconhece-se a extensão total dos danos causados às instalações de saúde e às escolas", disse o diretor nacional da Save the Children no Sudão, Arshad Malik, segundo a mesma nota.

Leia Também: Mais de 1.600 cidadãos da União Europeia retirados do Sudão

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