"Não é por eu ter infringido a lei. Eles querem-me na prisão para que eu não possa participar nas eleições", disse Khan, depois de a polícia ter feito uma segunda tentativa para o deter na sua própria casa.
A polícia paquistanesa acabou por desistir da tentativa de captura do ex-primeiro-ministro, retirando-se perante manifestações populares de apoio a Khan.
Na madrugada de hoje, já tinham ocorrido confrontos entre partidários de Khan e a polícia, que disparou gás lacrimogéneo sobre manifestantes que lançavam pedras.
"Os agentes de polícia enviados para incomodar Imran Khan foram repelidos pelo povo", escreveu o partido Movimento pela Justiça do Paquistão, a que pertence o ex-chefe de Governo.
Khan também reagiu às ações policiais contra os seus apoiantes, criticando a violência usada pelos agentes de segurança.
"A forma como a polícia está a atacar o nosso povo não tem precedentes", disse o ex-primeiro-ministro.
Esta foi a segunda vez, num mês, que a polícia tentou cumprir um mandado de captura de Imran Khan que é acusado de não ter declarado todos os presentes diplomáticos recebidos durante o seu mandato, que alegadamente terá vendido.
O atual primeiro-ministro, Shehbaz Sharif, acusa Khan de "se julgar acima da lei" e de estar a "promover a provocação dos tribunais".
O Paquistão, país com mais de 220 milhões de habitantes, enfrenta graves dificuldades económicas, com uma inflação galopante, reservas cambiais insuficientes e um impasse nas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A situação de segurança interna também se tem deteriorado, com uma série de ataques violentos contra a polícia reivindicados por movimentos ligados aos talibãs paquistaneses.
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