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Polícia da Noruega quer interrogar ex-comandante do grupo Wagner

A polícia norueguesa que investiga crimes de guerra disse hoje querer interrogar o ex-comandante do grupo mercenário russo Wagner, que fugiu na semana passada para a Noruega, onde pediu asilo político.

Polícia da Noruega quer interrogar ex-comandante do grupo Wagner
Notícias ao Minuto

16:51 - 17/01/23 por Lusa

Mundo Wagner

O Serviço Nacional de Investigação Criminal da Noruega, que participa na investigação do Tribunal Penal Internacional sobre crimes de guerra na Ucrânia, anunciou que estava em contacto com Andrei Medvedev e com o seu advogado norueguês para "o interrogar num futuro próximo" e lembrou que o russo concordou em testemunhar e expor o fundador do grupo mercenário, Yevgeny Prigozhin.

Na semana passada, Medvedev, que diz temer pela sua vida, fugiu da Rússia para a Noruega, tendo sido alvo de tiros da guarda de fronteira russa e de perseguições de cães.

O fugitivo explicou que tinha deixado o grupo Wagner assim que terminou o seu contrato, cuja duração inicial era de quatro meses (de julho a novembro), mas que foi prorrogado sem o seu consentimento.

Numa entrevista à organização russa de defesa dos direitos humanos Gulagu, o ex-combatente disse que temia ter o mesmo destino de um outro combatente, cuja cabeça terá sido esmagada numa execução pública realizada por membros do grupo Wagner.

Num vídeo alegadamente filmado antes de fugir da Rússia, Medvedev pediu ajuda ao Presidente russo, Vladimir Putin, e ao Serviço Federal de Segurança (ex-KGB), entre outros.

Segundo o fundador da Gulagu, Vladimir Osechkin, o ex-mercenário e um outro homem pediram-lhe ajuda em dezembro para evitar possíveis represálias extrajudiciais na sequência da fuga.

"Ele próprio disse que fez parte do grupo Wagner e é interessante para o Serviço Nacional de Investigação Criminal obter mais informações sobre esse período", afirmou a polícia norueguesa em comunicado hoje divulgado.

Na semana passada, a polícia norueguesa anunciou que uma pessoa tinha passado ilegalmente da Rússia para o país através da fronteira terrestre, que tem 198 quilómetros de extensão.

O homem foi detido por guardas da fronteira norueguesa, adiantou a polícia, acrescentando que fugitivo tinha pedido ajuda numa casa particular da zona.

A polícia acrescentou ainda ter sido notificada na quinta-feira de que guardas russos de fronteira tinham descoberto vestígios na neve que poderiam indicar que alguém tinha atravessado a fronteira ilegalmente.

O grupo Wagner, criado por um milionário associado a Putin e chamado Yevgeny Prigozhin, inclui um grande número de condenados recrutados nas prisões russas e que agora lideram ataques na guerra com a Ucrânia.

O grupo tornou-se influente em África, onde tem promovido a desinformação russa, construindo alianças com governos e obtendo acesso a petróleo, gás, ouro, diamantes e minerais valiosos.

Esta foi a primeira vez desde o início da campanha militar russa na Ucrânia, em 24 de fevereiro, que um ex-comandante de uma das unidades paramilitares do grupo Wagner, muito presente no leste ucraniano e acusado de ter matado milhares de ucranianos, foge da Rússia para a Europa.

Leia Também: Ex-comandante do grupo Wagner foge para Noruega e prepara testemunho

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