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Especialistas em desminagem cambojanos formam profissionais ucranianos

Quinze profissionais ucranianos estão a receber formação em desminagem no Camboja, conhecido por ter os melhores especialistas na área do mundo, devido a quase três décadas de guerra.

Especialistas em desminagem cambojanos formam profissionais ucranianos
Notícias ao Minuto

07:58 - 17/01/23 por Lusa

Mundo Camboja

Os ucranianos encontram-se no centro de ação de minas do Camboja, uma agência governamental que supervisiona a desativação de minas terrestres e munições não detonadas no país.

O programa, que vai focar-se na remoção de minas através de tecnologia, arrancou na segunda-feira e é apoiado pela Agência de Cooperação Internacional do Japão.

Os ucranianos vão ser formados por especialistas cambojanos no instituto técnico de ação de minas, na província central de Kampong Chhnang, e o programa inclui a visita a locais de desminagem no noroeste da província de Battambang e a um museu dedicado ao tema na província de Siem Reap, onde se encontram os famosos templos de Angkor Wat, disse o diretor geral do centro de desminagem, Heng Ratana.

A Human Rights Watch, com sede em Nova Iorque, disse em junho que a Rússia está a usar minas terrestres na Ucrânia "que estão a causar mortes e sofrimento de civis, além de interromper a produção alimentar".

"A Rússia é a única parte no conflito conhecida por ter usado minas antipessoais proibidas", afirmou a organização de defesa dos direitos humanos.

Após quase três décadas de guerra, que terminou no final dos anos 1990, o Camboja ficou repleto de minas terrestres e de outras munições não detonadas. Estima-se que quatro a seis milhões de dispositivos não detonados permaneçam não identificados e continuem a matar pessoas.

Desde o fim do conflito civil, quase 20 mil pessoas morreram e cerca de 45 mil ficaram feridas por explosivos de guerra, embora o número médio anual de mortes tenha caído de vários milhares para menos de uma centena.

Os especialistas em desminagem cambojanos estão entre os mais experientes do mundo, sendo que vários milhares foram enviados na última década para África e Médio Oriente, através das Nações Unidas.

Numa conversa em novembro por telefone com o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, o primeiro-ministro cambojano Hun Sen prometeu enviar especialistas para ajudar a formar ucranianos.

Hun Sen disse que os especialistas cambojanos iriam para a Polónia, ponto de partida para muita da assistência enviada à Ucrânia, mas Heng Ratana apontou na segunda-feira que o número de elementos a serem enviados e o destino ainda não estão definidos.

A oferta surgiu após Hun Sen, num movimento pouco comum para uma nação que geralmente surge alinhada com a Rússia e a China, condenar a invasão de Moscovo à Ucrânia, dizendo que "o Camboja é sempre contra qualquer país que invada outro país".

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Lusa/Fim

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