Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
16º
MIN 12º MÁX 17º

Atentados de Bruxelas. Quatro acusados abandonam tribunal em protesto

Quatro dos acusados dos atentados de Bruxelas de março de 2016, incluindo o principal réu, Salah Abdeslam, abandonaram hoje a sala do julgamento em protesto contra as condições em que foram detidos, que consideram indignas.

Atentados de Bruxelas. Quatro acusados abandonam tribunal em protesto
Notícias ao Minuto

10:52 - 07/12/22 por Lusa

Mundo Atentados de Bruxelas

"Só queremos conversar, só queremos defender-nos", garantiu um dos acusados dos atentados terroristas, Ali El Haddad Asufi, enquanto os companheiros se levantavam e abandonavam a sala sem dizer uma palavra.

Além do francês Salah Abdeslam, também deixaram a sala o belga-marroquino Mohamed Abrini, o sueco Osama Krayem e a tunisina Sofien Ayari, todos condenados anteriormente em França por participação nos atentados de 13 de novembro em Paris.

"Fazem tudo o possível para nos calar (...), para nos vergar psicologicamente", acrescentou Ali El Haddad Asufi, acusado de dar apoio logístico aos autores dos ataques que mataram 32 pessoas no aeroporto e no metropolitano de Bruxelas.

O arguido exigiu ainda que lhes sejam dadas "condições dignas", lembrando que "se ninguém falar, não poderá haver julgamento" e referindo que estão a ser sujeitos a "um julgamento político".

"Para o tribunal, este não é um julgamento político", afirmou a juíza presidente, Laurence Massart, garantindo que "será ponderado tudo o que for apresentado contra e a favor" dos arguidos.

Os protestos contra as condições de detenção dos sete arguidos que estão presos - outros dois estão em liberdade e um décimo, presumivelmente morto na Síria, será julgado à revelia - já tinham marcado o primeiro dia do julgamento, na segunda-feira.

Mohamed Abrini, conhecido como "o homem do chapéu" que desistiu de se explodir no aeroporto de Bruxelas em 22 de março de 2016, também protestou contra as condições em que foi transportado para o tribunal -- de olhos vendados e "com música de fundo satânica" -, assim como contra as revistas a que foi sujeito e em que teve de ficar nu.

Foi "lamentável e humilhante", considerou.

O advogado de Ali El Haddad Asufi, Jonathan de Taye, também criticou a obrigação do arguido se ajoelhar nu e anunciou que irá enviar um pedido formal ao Ministério da Justiça para que as medidas de segurança sejam aligeiradas.

Apesar da saída dos quatro arguidos, o Ministério Público continuou a ler a acusação, um resumo de investigações com mais de 400 páginas.

Os atentados aconteceram em 22 de março de 2016, o primeiro dos quais no aeroporto de Bruxelas, quando duas explosões provocaram a morte de 11 pessoas e dezenas de feridos.

Este ataque foi realizado por um grupo de pessoas que incluiu um bombista suicida que gritou palavras em árabe antes de se fazer explodir.

Alguns minutos depois, uma outra explosão foi registada na estação de metropolitano de Maelbeek/Maalbeek, perto de várias agências da União Europeia, provocando 20 mortos.

No total, foram contabilizadas 32 mortes e mais de 250 feridos.

Leia Também: Atentado suicida a uma esquadra de polícia causa dois mortos na Indonésia

Recomendados para si

;
Campo obrigatório