Mariupol, Bucha ou Irpin. "A Ucrânia nunca perdoará a Rússia"
“Cada passo desta guerra, cada crime e cada tiro, cada escombro permanecerá agora para sempre”, frisou Dmitry Muratov, Nobel da Paz russo.
© Getty Images
Mundo Dmitry Muratov
O jornalista russo Dmitry Muratov, galardoado com o Prémio Nobel da Paz em 2021, considerou, em entrevista à agência de notícias Reuters, que a Ucrânia “nunca perdoará” a Rússia pela invasão iniciada há sete meses e pelos crimes de guerra cometidos.
“A Ucrânia nunca perdoará a Rússia”, frisou o editor do jornal de investigação Novaya Gazeta, que teve de suspender as suas atividades “até ao fim da operação especial a Ucrânia”, após receber duas ordens de aviso do Roskomnadzor - o órgão estatal que monitoriza a área da comunicação na Rússia.
“Muitos querem perdoar tudo, mas clicam no motor de busca: Mariupol, Irpin ou Bucha. E já não podem perdoar nada”, acrescentou Muratov, referindo-se às cidades onde a Ucrânia e a Rússia se acusam mutuamente de terem cometido crimes de guerra.
“Cada passo desta guerra, cada crime e cada tiro, cada escombro permanecerá agora para sempre”, frisou.
Enquanto cidadão russo, Muratov afirmou que a guerra na Ucrânia era “uma enorme vergonha nacional”, que estava a destruir não só 50 anos de desenvolvimento, mas também a esperança, o amor e a confiança no futuro entre os russos.
“Já não temos fé. A Rússia e os russos não são apreciados”, considerou o jornalista, que acrescentou que “houve um perda” da “reputação e confiança” da Rússia a “nível mundial”.
O mais recente Prémio Nobel da Paz foi atribuído aos jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov, pelos seus esforços para salvaguardar a "liberdade de expressão, condição essencial para a democracia e uma paz duradoura". Segundo a academia sueca, Dmitry Muratov foi galardoado por ter defendido durante décadas a liberdade de expressão na Rússia e fundado, em 1993, o Novaya Gazeta.
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