Angola quer capital privado para novo aeroporto que crie valor

O ministro dos Transportes angolano disse hoje que está a ser atraído capital privado nacional e estrangeiro para o novo Aeroporto Internacional António Agostinho Neto (AIAAN), mas o governo pretende capital que crie valor em território nacional.

Distancia é a maior desvantagem do novo aeroporto internacional de Angola, dizem passageiros

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Lusa
11/07/2025 14:19 ‧ há 6 horas por Lusa

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Ricardo de Abreu falava na abertura do 2.º Fórum de Transporte e Logística, organizado pelo Jornal Expansão, com o tema "O Novo Aeroporto como Pólo de Desenvolvimento Económico para o País".

 

"Estamos hoje a atrair capital privado nacional e estrangeiro, movimento que deve continuar. Mas precisamos de capital que crie valor em território nacional. Angola já não pode viver da ilusão dos recursos inacabáveis. Os que temos devem ser potenciados com inteligência, com estratégia, com alianças sustentáveis, promovendo o crescimento e progresso de toda a economia", disse Ricardo de Abreu.

O governante angolano considerou o AIAAN um catalisador de um novo ciclo para o transporte aéreo, logística integrada e o posicionamento de Angola como 'hub' regional e intercontinental.

O ministro dos Transportes disse que a nova infraestrutura, implantada numa área de 30 quilómetros quadrados, inaugurada em 2023 e localizada na província de Icolo e Bengo, é um instrumento de desenvolvimento nacional e "representa um ponto de viragem" na forma como o país se posiciona no mundo.

Com o AIAAN, afirmou, o país lusófono tem "reputação construída com esforço e parceiros globais" que confiam no potencial angolano, "com os quais, há poucos anos, seria impensável trabalhar".

No entanto, declarou Ricardo de Abreu, não basta um aeroporto novo para Angola se tornar num 'hub', é preciso compromisso coletivo, frisando que a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), que é o centro do sistema, tem de estar à altura deste novo ciclo.

"A TAAG, com o seu potencial catalisador, precisa de acelerar o processo de transformação em curso, focando-se cada vez mais na gestão operacional, nos resultados, na entrega ao cliente garantindo segurança, diversidade de rotas e conforto aos seus clientes", defedneu, enfatizando a necessidade de a companhia aérea de bandeira nacional se focar "de uma vez por todas" no "interesse coletivo do país".

"O nosso sucesso depende de disciplina operacional, foco nos resultados, qualidade no serviço e respeito por padrões internacionais. Não podemos permitir que interesses individuais ou resistências internas bloqueiem o que foi tão difícil de conquistar", sublinhou.

O aeroporto é parte de uma estratégia mais ampla, referiu, porque "liga-se a corredores logísticos, como o do Lobito, conecta-se ao porto de Luanda, articula-se com o caminho-de-ferro e abre Angola à África Austral e Central".

O ministro sinalizou ainda a importância da qualificação dos recursos humanos, àqueles que chamou de nova geração de profissionais aeronáuticos, "que deve estar certificada, motivada e preparada para liderar esta transformação".

"Lembro a todos que o que nos trava, muitas vezes, não são os obstáculos técnicos (...) São sim os céticos. Aqueles que têm medo do amanhã. Aqueles que duvidam das suas próprias competências. Aqueles que se agarram a direitos adquiridos como se o mundo pudesse parar à sua volta. Os céticos que são transversais a todas as organizações e relativamente aos quais a nossa responsabilidade política é não lhes ceder caminho, muito menos a possibilidade de definirem o rumo a seguir, pois não o possuem", apontou.

Ricardo de Abreu disse ainda que Angola possui "uma das infraestruturas aeroportuárias mais modernas do continente africano", um ecossistema e um sistema de gestão de tráfego aéreo e de ajuda a navegação modernizados.

O AIAAN começou a ser construído em 2013, mas em 2017 o projeto foi reavaliado e a infraestrutura, que se situa a mais de 40 quilómetros a norte de Luanda, foi inaugurada em 2023, tendo custado ao erário angolano quase 2,5 mil milhões de euros.

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