RCA: Especialista da ONU apela a grupos armados para deporem as armas

Um especialista em direitos humanos das Nações Unidas apelou aos grupos armados na República Centro-Africana (RCA), em guerra há nove anos, para "deporem as armas" e "entrarem em diálogo político", de acordo com uma declaração hoje divulgada.

Número de mortos em confrontos entre grupos armados sobe para 38

© iStock

Lusa
05/08/2022 19:28 ‧ 05/08/2022 por Lusa

Mundo

ONU

No final de 2020, os mais poderosos dos muitos grupos armados que partilhavam dois terços do território na altura juntaram forças na Coligação de Patriotas pela Mudança (CPC) e lançaram uma ofensiva contra Bangui para derrubar o Presidente Faustin Archange Touadéra.

Os rebeldes chegaram às portas da capital Bangui, no início de 2021, antes de serem empurrados para fora da cidade pelas Forças Armadas da África Central (FACA), largamente apoiadas pelos paramilitares russos, onde continuam os seus ataques.

"Condeno veementemente a obstinação da Coligação de Patriotas pela Mudança e outros grupos armados que continuam a semear o terror, a insegurança e o sofrimento entre a população civil e as vítimas de violações e abusos", disse Yao Agbetse, um perito em direitos humanos da ONU.

No final de uma visita oficial de 10 dias ao país da África central, Agbetse exortou estes grupos armados a "empenharem-se no diálogo político".

O perito da ONU também denunciou as violações "inaceitáveis" dos direitos humanos, cometidas pelas FACA, nomeadamente no ataque à aldeia de Boyo, no centro do país, em finais de 2021.

Em 25 de julho, a ONU acusou as forças armadas da RCA de terem treinado e armado os milicianos que atacaram Boyo, abusos que poderiam constituir crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

A alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, denunciou, em 30 de março, "graves violações dos direitos humanos" na República Centro-Africana, incluindo "assassinatos e violência sexual" contra civis, cometidos por grupos rebeldes, mas também pelas forças armadas do regime e seus aliados russos.

O perito em direitos humanos da ONU também apelou aos mercenários russos do grupo de segurança Wagner para que deixem de "obstruir o destacamento de operações de proteção" da missão de manutenção da paz das Nações Unidas na República Centro-Africana (Minusca).

A RCA é o segundo país menos desenvolvido do mundo, segundo a ONU, e tem sido palco de uma guerra civil desde 2013, que foi muito mortífera nos seus primeiros anos, mas que diminuiu de intensidade desde 2018.

Leia Também: ONU lamenta "profundamente" a expulsão do porta-voz da RDCongo

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas