O chefe-adjunto da delegação da União Europeia (UE) no Brasil, Jean-Pierre Bou, disse, durante uma conferência de imprensa virtual com correspondentes estrangeiros, que o acordo foi negociado durante "um período muito longo".
"Segundo minhas informações, não há intenção de reabrir as negociações", disse, após ser questionado sobre a exigência do Presidente francês, Emmanuel Macron, de acrescentar um 'protocolo' sobre temas como produtos químicos agrícolas.
Jean-Pierre Bou defendeu o facto de ser um dos acordos "mais modernos" existentes em matéria de ambiente e disse que as diferenças que subsistem na UE podem ser "ultrapassadas".
Quanto ao calendário, o diplomata disse que a revisão jurídica e as traduções do tratado estão a ser finalizadas, e que espera que seja assinado antes do final do ano, para depois se iniciar o processo de ratificação pelos países membros de ambos os blocos.
Nesse sentido, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura do Brasil, Luis Rua, confirmou a "expectativa" de que o seu país assine o acordo em dezembro, antes do fim da presidência brasileira do Mercosul, que também inclui Argentina, Paraguai, Uruguai e, em breve, a Bolívia, que está em processo de adesão.
Além disso, Luis Rua assegurou que as garantias ambientais presentes no acordo "são suficientes" e lembrou que o Brasil exporta para a UE há décadas e que já cumpre as normas sanitárias do bloco.
"O Brasil tem trabalhado cada vez mais na linha da sustentabilidade", declarou, antes de citar a queda do desmatamento na Amazónia nos últimos dois anos.
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