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Fome. Estados devem apoiar produção de alimentos nutritivos

Os Estados devem apoiar a produção de alimentos mais nutritivos, defende um relatório da ONU, que revela que o impacto da covid-19 em 2020 levou a que quase 3,1 mil milhões de pessoas não conseguissem sustentar dietas saudáveis.

Fome. Estados devem apoiar produção de alimentos nutritivos
Notícias ao Minuto

15:17 - 06/07/22 por Lusa

Mundo Fome

Este número representa um aumento de 112 milhões de pessoas que não têm possibilidade de comer de forma saudável relativamente a 2019, adianta o relatório "2022 - Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo", produzido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Programa Alimentar Mundial da ONU (PAM) e Organização Mundial de Saúde (OMS).

Estas organizações apontam o dedo aos subsídios que os Estados têm dado à alimentação e agricultura, que somaram, em média, cerca de 600 mil milhões de euros por ano entre 2013 e 2018.

"As políticas de apoio já não estão a conseguir reduzir a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição. Este é o momento para os governos começarem a examinar os seus atuais apoios à alimentação e agricultura", sublinham as agências da ONU.

A maior parte dos apoios à alimentação e agricultura foi dirigida a agricultores de forma individual, através de políticas comerciais e subsídios à produção, avisam as organizações no documento hoje apresentado, alertando que "estes apoios não só distorcem o mercado, como não alcançam muitos agricultores, além de prejudicarem o ambiente e não promoverem a produção de alimentos nutritivos".

Isto deve-se ao facto de os apoios à produção agrícola se concentrarem, em grande parte, em alimentos básicos, laticínios e outros alimentos ricos em proteínas de origem animal, especialmente nos países mais ricos.

"Arroz, açúcar e carnes de vários tipos são os alimentos cuja produção é mais incentivada em todo o mundo, enquanto as frutas e os vegetais são menos apoiados ou mesmo penalizados em alguns dos países mais pobres", sublinha o relatório.

As intervenções [dos Estados] no mercado podem tornar-se obstáculos à produção de alimentos nutritivos, minando a disponibilidade e acessibilidade de dietas saudáveis", alertam as agências da ONU, adiantando que, em muitos países, os subsídios aumentaram a disponibilidade e reduziram o preço dos alimentos básicos e seus derivados, tornando relativamente mais caro o consumo de produtos não subsidiados, como frutas, legumes e leguminosas.

As organizações que estudaram este fenómeno defendem, por isso, a necessidade de redirecionar os apoios públicos para tornar financeiramente suportável ter uma dieta saudável.

"Os governos têm de aumentar e dar prioridade a gastos com a prestação de serviços em vez de agricultura. Isso é crucial para preencher as lacunas de produção de alimentos nutritivos e possibilitar maiores receitas com as dietas saudáveis", concluem.

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