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Dezenas de opositores políticos condenados no Camboja

Um tribunal de Phnom Penh, no Camboja, condenou na terça-feira dezenas de figuras da oposição, com penas de cinco a oito anos de prisão, num julgamento de massas para reprimir a dissidência política no país.

Dezenas de opositores políticos condenados no Camboja
Notícias ao Minuto

09:02 - 15/06/22 por Lusa

Mundo Camboja

O adversário histórico do governo cambojano, Sam Rainsy, exilado em França, foi condenado a oito anos de prisão por contumácia -- uma sentença que se junta aos 25 e 10 anos de prisão a que já tinha sido condenado por tentar derrubar o primeiro-ministro do país, Hun Sen.

Em tribunal, a advogada e ativista cambojana-americana, Theary Seng, vestida de Estátua de Liberdade e também condenada a seis anos de prisão por traição, acabou por ser arrastada pela polícia depois de ser julgada.

"Estou pronta para ser condenada porque este regime não me deixará ir em liberdade", afirmou ela antes de ouvir o veredicto.

"Será injusto porque sou inocente, tal como todas as outras pessoas que são acusadas", acrescentou a ativista de 51 anos.

O embaixador dos Estados Unidos (EUA) no Camboja, Patrick Murphy, já expressou na rede social Twitter estar "profundamente perturbado" com o veredicto contra Theary Seng.

"A liberdade de expressão, bem como a tolerância para com opiniões dissidentes, são componentes essências da democracia", afirmou o embaixador, apelando à libertação da advogada e dos restantes ativistas agora aprisionados.

Theary Seng é apenas uma das várias figuras visadas pelas autoridades por pertencerem ao já dissolvido Partido Nacional de Resgate do Camboja (CNRP) ou por estarem associados a ativismo de direitos humanos.

O julgamento está interligado às tentativas falhadas de Rainsy, co-fundador do CNRP, em regressar ao Camboja em 2019, que foram vistas pelas autoridades cambojanas como uma estratégia para derrubar o primeiro-ministro Sen, que governa o país desde 1985.

Segundo a organização não-governamental Human Rights Watch, os arguidos, condenados na generalidade entre cinco a oito anos de prisão, foram hoje acusados de traição ou incitação à conspiração.

Vários deles já se encontram detidos enquanto outros ainda estão em liberdade ou fugiram do país.

"Os julgamentos em massa de opositores políticos têm realmente o objetivo de travar os desafios eleitorais ao governo do primeiro-ministro, mas também têm vindo a simbolizar a morte da democracia cambojana", afirmou o porta-voz da organização, Phil Robertson.

O primeiro-ministro, que tem governado o país com mão de ferro há mais de três décadas, está alegadamente a preparar o filho mais velho para continuar a linhagem de poder.

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