Meteorologia

  • 17 MAIO 2024
Tempo
17º
MIN 12º MÁX 21º

Pelo menos dois mil detidos em protestos nas universidades dos EUA

Pelo menos 200 manifestantes foram presos hoje na universidade de Los Angeles, elevando o total nacional para mais de duas mil detenções nos protestos contra a guerra na Faixa de Gaza, segundo uma contagem da agência Associated Press (AP).

Notícias ao Minuto

20:45 - 02/05/24 por Lusa

Mundo Israel/Palestina

Protestos e prisões ocorreram em quase todos os cantos dos Estados Unidos, mas, nas últimas 24 horas, o foco esteve concentrado na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), onde acontecimentos caóticos ocorreram na manhã de hoje, quando polícias com equipamento antimotim investiram contra uma multidão de manifestantes.

A polícia removeu barricadas e começou a desmantelar o acampamento fortificado dos manifestantes na UCLA depois de centenas de pessoas, entre alunos e ativistas, desafiarem as ordens de saída, alguns dos quais formando correntes humanas, enquanto a polícia disparava granadas de atordoamento para dispersar a multidão.

Pelo menos 200 pessoas foram presas na UCLA, segundo o sargento Alejandro Rubio, da Patrulha Rodoviária da Califórnia, citando dados do Departamento do Xerife do Condado de Los Angeles.

Rubio disse que os detidos estavam a ser autuados no complexo penitenciário do condado, próximo do centro de Los Angeles, e que a polícia ainda vai determinar se irá proceder a outro tipo de acusações.

Trabalhadores entraram no antigo acampamento na manhã de hoje e iniciaram uma extensa limpeza. As escavadoras recolheram sacos de lixo e retiraram as tendas. Alguns edifícios estavam cobertos com inscrições, descreve a AP.

Acampamentos de manifestantes que apelam às universidades para que deixem de fazer negócios com Israel ou com empresas que dizem apoiar a guerra na Faixa de Gaza espalharam-se pelos 'campus' universitários de todo o país.

Autoridades da Universidade Stony Brook, em Long Island, Nova Iorque, disseram que 29 pessoas foram presas na manhã de hoje, incluindo estudantes, professores e outras pessoas "de fora da comunidade do 'campus'".

Na cidade de Nova Iorque, dados da Universidade Fordham indicam que 15 pessoas foram presas depois de invadirem o saguão de um edifício no 'campus' no Lincoln Center.

Dezassete pessoas foram presas sob acusações de invasão na quarta-feira na Universidade do Texas, em Dallas, após os manifestantes recusarem-se a cumprir ordens para remover um acampamento no acesso principal, informou uma porta-voz da instituição em comunicado hoje divulgado.

Na Universidade de Yale, em Connecticut, a polícia prendeu quatro pessoas, incluindo dois estudantes, na noite de quarta-feira, após cerca de 200 manifestantes marcharem até à residência do presidente da instituição e ao departamento de polícia do 'campus'.

A universidade afirmou que manifestantes ignoraram repetidos avisos de que não podiam ocupar partes do 'campus' sem permissão.

O grupo de protesto Occupy Yale indicou por sua vez que a polícia do 'campus' foi violenta durante as prisões e não emitiu avisos.

Em Oregon, a polícia começou a expulsar manifestantes a favor de direitos dos palestinianos na Biblioteca Millar da Universidade Estadual de Portland, que ocupavam desde segunda-feira.

Fizeram pinturas no interior e derrubaram ou empilharam móveis para criar barricadas. O estado de Portland disse nas redes sociais que o 'campus' permaneceria fechado por causa da atividade policial.

Entretanto, a Universidade de Minnesota chegou a um acordo com os manifestantes para encerrar um acampamento no 'campus' em Minneapolis, seguindo-se a acordos semelhantes na Northwestern University, no subúrbio de Chicago, e na Brown University, em Rhode Island.

Os protestos também surgiram fora das universidades. Em Albuquerque, cerca de duas dezenas de manifestantes sentaram-se hoje numa estrada, bloqueando o acesso ao portão principal da Base Aérea de Kirtland. O grupo agitou bandeiras e prometeu "fechar tudo" devido à guerra em curso na Faixa de Gaza.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, defendeu o direito dos estudantes ao protesto pacífico, mas lamentou a desordem dos últimos dias.

Israel classificou os protestos como antissemitas, enquanto os críticos do Governo de Telavive dizem que o país utiliza essas alegações para ocultar os seus abusos nos territórios palestinianos.

Embora alguns manifestantes tenham sido apanhados pelas câmaras a fazer comentários antissemitas ou ameaças violentas, os organizadores dos protestos -- alguns dos quais são judeus -- consideram-nos um movimento pacífico para defender os direitos palestinianos e protestar contra a guerra.

Na noite de terça-feira, a polícia invadiu um edifício ocupado por manifestantes na Universidade de Columbia, em Nova Iorque, interrompendo uma manifestação que a tinha paralisado e que se tinha tornado numa das mais mediáticas.

Os protestos têm como pano de fundo a invasão do Exército israelita na Faixa de Gaza, onde nos últimos seis meses mais de 34 mil pessoas morreram, na maioria civis, mergulhando o território numa grave crise humanitária.

A ofensiva israelita é uma retaliação pelo ataque do movimento islamita palestiniano Hamas, que em 07 de outubro matou mais de 1.100 pessoas e fez cerca de 250 reféns.

Leia Também: Protesto na Universidade da Califórnia continua apesar de confrontos

Recomendados para si

;
Campo obrigatório