Dinamarqueses a favor da adoção da Política Comum de Defesa da UE
Cerca de dois terços dos dinamarqueses votaram hoje, em referendo, a favor da adesão à Política Comum de Segurança e Defesa da União Europeia (EU), de acordo com as sondagens à boca das urnas.
© Reuters
Mundo Projeção
A emissora TV2 noticiou que 66,6% votaram a favor do fim da exceção que desde 1993 mantém a Dinamarca fora desse domínio das políticas comuns, enquanto 33,3% votaram contra. Já a emissora pública DR aponta 69% dos votos a favor e 30,9% contra.
Este referendo é o exemplo mais recente de um país europeu que procura uma estratégia de Defesa comum, na sequência da invasão russa da Ucrânia.
Suécia e Finlândia, por exemplo, abandonaram recentemente a sua histórica posição de não-alinhamento para formalizarem o pedido de adesão à NATO.
Membro da Aliança Atlântica, a Dinamarca é um dos fortes defensores da adesão dos seus vizinhos nórdicos e tem sido também ativa na ajuda militar à Ucrânia, na guerra contra a invasão por tropas da Rússia.
As sondagens antes da consulta já sugeriam uma maioria a favor do fim do 'opt-out', no referendo convocado pela primeira-ministra, a social-democrata Mette Frederiksen, com a justificação de que, após a invasão russa da Ucrânia, a situação de segurança na Europa mudou radicalmente.
A maioria das forças políticas com representação parlamentar apoiaram o sim, com exceção dos partidos de extrema-direita, o Partido Popular Dinamarquês e a Nova Direita, e do partido de esquerda Aliança Vermelha-Verde.
A Dinamarca adotou em 1993, logo após a assinatura do Tratado europeu de Maastricht em 1992, exceções à política comunitária em quatro domínios: união monetária e económica, defesa, cooperação policial e jurídica e cidadania.
Em duas consultas posteriores, os dinamarqueses recusaram em 2000 aderir ao euro e em 2015 abolir a exceção na área jurídica.
O principal efeito do fim do 'opt-out' é que a Dinamarca pode passar a participar em áreas relacionadas com a defesa e segurança do bloco comunitário, bem como em hipotéticas operações militares da UE.
O país passa também a ter direito a votar nos Conselhos de Ministros europeus sobre questões nesse domínio.
[Notícia atualizada às 20h30]
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