Avanço russo está a enervar Kyiv e Ocidente, diz Kremlin

A Rússia atribuiu hoje a visita surpresa do chefe da diplomacia norte-americana a Kyiv a nervosismo causado nos Estados Unidos, União Europeia (UE) e Ucrânia pelo progresso da campanha militar russa em solo ucraniano.

Dmitry Peskov, Kremlin,

© ALEXANDER NEMENOV/AFP via Getty Images

Lusa
14/05/2024 13:12 ‧ 14/05/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Estamos cientes do nervosismo sentido não só em Kyiv, mas nas capitais europeias e nos Estados Unidos, devido à operação militar especial em curso", comentou o porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov.

Antony Blinken chegou hoje a Kiev para uma visita não anunciada, a quarta desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022.

O secretário de Estado norte-americano já se reuniu hoje com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a quem reafirmou o apoio de Washington a Kiev na guerra contra as tropas de Moscovo.

Peskov reafirmou que a Rússia pretende "atingir os seus objetivos" na Ucrânia, onde as tropas russas recuperaram a iniciativa com uma ofensiva em outubro de 2023, após uma contraofensiva ucraniana sem sucesso.

O porta-voz do Kremlin recusou-se a comentar os avanços do exército russo, especialmente na região nordeste de Kharkiv, onde a situação está a tornar-se cada vez mais crítica para as forças ucranianas, como admitiu Kiev.

As tropas russas já tomaram mais de meia dúzia de cidades, algumas delas a apenas 40 quilómetros da capital da região, Kharkiv, numa tentativa de reduzir os ataques da artilharia inimiga à região fronteiriça de Belgorod.

O Kremlin também não fez qualquer menção à situação no Ministério da Defesa, onde um alto funcionário foi detido hoje por acusações de suborno.

A detenção ocorreu após o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, ter sido demitido do cargo no domingo pelo Presidente Vladimir Putin.

O Senado russo vai debater hoje a candidatura do economista Andrei Belusov à substituição de Shoigu, embora Moscovo afirme que a mudança não vai afetar a estratégia no campo de batalha.

Devido à situação na linha da frente, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu hoje a Blinken o envio de mais dois sistemas de mísseis "Patriot" para defender Kharkiv, a segunda cidade do país.

Blinken confirmou que parte da ajuda militar aprovada pelos Estados Unidos há três semanas já chegou à Ucrânia e que outro equipamento está a caminho, reconhecendo as dificuldades por que passam as tropas ucranianas.

"A ajuda está a caminho e fará uma verdadeira diferença no campo de batalha", prometeu Blinken no início do encontro com Zelensky, citado pela agência francesa AFP.

A Rússia lançou uma ofensiva junto a Kharkiv na sexta-feira e conseguiu assumir o controlo de cinco aldeias naquela região e na de Donetsk.

De acordo com o Estado-Maior ucraniano, a Rússia está a obter "sucessos táticos" e três dezenas aldeias têm estado sob fogo inimigo, o que obrigou a retirar cerca de 7.000 pessoas da região.

A operação suscitou o receio de um avanço russo contra um exército ucraniano sem recursos e já sob forte pressão nas frentes leste e sul.

"As pessoas estão sob fogo. Estão preocupadas, estão a ser alvo de ataques russos", insistiu Zelensky durante a reunião com Blinken.

Leia Também: UE alarga sanções contra Irão para incluir exportação de mísseis

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