O advogado, Michael Sussmann, é acusado de mentir ao FBI sobre o facto de estar a representar os interesses da campanha de Hillary Clinton em 2016 e os de outro cliente, embora a campanha diga que nunca autorizou Sussmann a reunir-se com a agência federal.
A defesa de Sussmann nega que este tenha mentido e procuraram na quinta-feira descredibilizar o depoimento da principal testemunha de acusação, James Baker, defendendo que a memória da reunião de setembro de 2016 com o advogado era nebulosa e que os relatos mudaram ao longo do tempo.
Baker era o conselheiro geral do FBI em setembro de 2016 quando Sussmann, um amigo que fez trabalhos jurídicos para a campanha de Clinton, agendou uma reunião para lhe fornecer dados em formato digital que, segundo Sussmann, mostravam um potencial canal de comunicação secreto entre um banco russo e a Trump Organization, empresa do então candidato presidencial republicano.
Sussmann é acusado de mentir a Baker durante a reunião dizendo que não estava a apresentar os dados do computador em nome de um cliente em particular.
A acusação alega que o advogado estava, durante a reunião, a representar os interesses da campanha de Clinton e outro cliente, um executivo de tecnologia que lhe forneceu os dados.
Os procuradores alegam que Sussmann não foi franco sobre a sua ligação com Clinton porque supôs que o FBI consideraria a informação menos confiável se pensasse que estava a ser apresentada com uma intenção política.
A acusação de Sussmann foi apresentada por John Durham, o procurador nomeado como conselheiro especial durante o governo Trump para investigar possíveis irregularidades do governo durante os primeiros dias da investigação sobre interferência eleitoral da Rússia e os possíveis laços com a campanha de Trump.
Os advogados de defesa negam que Sussmann mentiu e sugeriram ao júri que é impossível ter certeza exatamente o que este disse porque apenas Baker e Sussmann estavam na reunião e nenhum deles fez anotações.
No depoimento prestado esta quinta-feira, Baker assegurou estar "100% confiante" de que Sussmann lhe disse durante a reunião, em 19 de setembro de 2016, na sede do FBI, que este não estava lá em nome de nenhum cliente em particular.
A testemunha assegurou ainda que se soubesse que Sussmann estava a reunir em nome da campanha de Clinton não teria provavelmente participado nela.
Os dados apresentados por Sussmann pretendiam mostrar comunicações entre um servidor do Alfa Bank, com sede na Rússia, e um servidor da Trump Organization.
Na altura em que os dados foram divulgados, o FBI investigava se o Kremlin (presidência russa) e a campanha de Trump estavam coordenados para influenciar a eleição presidencial de novembro, que o magnata republicano conquistou.
Perante a existência desta investigação, Baker acrescentou que levou a informação a sério, como uma potencial ameaça à segurança nacional e porque Sussmann lhe indicou que haviam 'medias' interessados em divulgar os dados.
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