O julgamento vai decorrer à porta fechada, informou a agência de notícias France-Presse (AFP).
No dia 22 de março de 2024, homens armados abriram fogo na sala de espetáculos situada nos arredores da capital russa e incendiaram-na, matando 149 pessoas e ferindo 609, num dos piores atentados da história recente da Rússia.
O atentado foi reivindicado pela organização extremista Estado Islâmico (EI), que já atacou a Rússia várias vezes no passado.
As autoridades russas acusaram quatro pessoas como autoras do atentado, todas oriundas do Tajiquistão, uma antiga república soviética da Ásia Central.
Além dos quatro atacantes, foram também acusados 15 pessoas de cumplicidade no ataque.
Os três primeiros dias de audiências estão agendados para hoje, terça e quinta-feira, de acordo com o tribunal.
Este ataque causou ondas de choque na Rússia, no meio da guerra com a Ucrânia, que Moscovo invadiu em fevereiro de 2023.
Embora o ataque tenha sido reivindicado pelo EI, as autoridades russas não deixaram de admitir a participação da Ucrânia, apesar dos desmentidos de Kyiv.
No final de março, o Comité de Investigação russo anunciou a conclusão da investigação sobre as 19 pessoas alegadamente envolvidas.
Os investigadores concluíram que "o ato terrorista tinha sido planeado e organizado pelos serviços secretos de um Estado hostil", sem especificar qual o país envolvido.
Os Estados Unidos anunciaram no início de março a detenção de Mohammad Sharifullah, um dirigente do EI suspeito de ter planeado um ataque no aeroporto de Cabul em 2021, que matou 183 pessoas.
As autoridades norte-americanas afirmaram que Sharifullah admitiu ter dado instruções aos autores do atentado na sala de espetáculos Crocus City Hall.
Cerca de metade das vítimas do atentado foram mortas pelo fumo e monóxido libertados pelo incêndio no auditório e não por tiros, informou no domingo a agência noticiosa estatal russa TASS, citando documentos da investigação.
O ataque também provocou uma onda de xenofobia contra os centro-asiáticos na Rússia, que, desde então, reforçou a legislação sobre os migrantes.
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