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França entrega formalmente base de Gossi às forças armadas do Mali

O exército francês entregou hoje oficialmente a base de Gossi, no norte do Mali, às forças armadas malianas, um passo importante na saída da força antiterrorista Barkhane do país, anunciou o Estado-Maior francês.

França entrega formalmente base de Gossi às forças armadas do Mali
Notícias ao Minuto

15:53 - 19/04/22 por Lusa

Mundo Mali

"A transferência da base avançada de Gossi está em vigor desde o final da manhã", disse à imprensa o porta-voz do Estado-Maior, coronel Pascal Ianni, precisando que a base tinha 300 militares franceses aquartelados.

A saída dos militares franceses da base implicou a utilização de cerca de 400 contentores. "Foi entregue com todos os dispositivos defensivos, todo o equipamento (...) bem como a infraestrutura do quartel. Não fizemos uma limpeza geral", acrescentou o porta-voz.

A Barkhane no Sahel, a maior operação externa atual da França, chegou a ter 5.500 homens no terreno em 2020 e começou a ser reduzida no Verão passado por decisão do Presidente Emmanuel Macron, que planeava reduzir aquele número para 2.500 ou 3.000 até 2023.

O Presidente francês decidiu em fevereiro passado a retirada militar total do Mali, num contexto de degradação das condições de segurança e uma crise diplomática entre Paris e Bamaco, onde uma junta militar assumiu o poder em dois golpes de Estado: em agosto de 2020 e em maio de 2021.

O coronel Ianni disse que um inventário "documentado" foi elaborado da base de Gossi, em particular para proteger a França de possíveis acusações nos próximos meses. Uma alusão ao sentimento antifrancês que ganhou espaço nos últimos meses na região e fez com que a França fosse alvo de campanhas de difamação nas redes sociais.

"Os malianos são soberanos. Fizemos o nosso trabalho corretamente e não podemos ser atacados desonestamente", vincou.

Segundo o coronel Ianni, nenhuma compensação foi solicitada a Bamaco pela eventual utilização futura da base por mercenários do grupo russo Wagner, presente no Mali há vários meses, segundo os ocidentais, mas que Bamaco diz serem simples conselheiros russos.

"Os malianos são livres de fazer o que quiserem", insistiu o porta-voz.

Cerca de 4.600 soldados franceses estão atualmente destacados no Sahel, incluindo 2.500 no Mali, números que devem mudar pouco antes do final da reorganização do sistema e da entrega dos direitos de passagem das regiões de Ménaka e Gao, onde se mantém um destacamento militar gaulês, segundo o porta-voz.

O destacamento militar francês de Tombuctu, no norte do Mali, foi encerrado em dezembro, e seguem-se os de Tessalit e Kidal.

Paris reafirmou várias vezes que não pretende abandonar a sua luta contra o terrorismo islâmico que assola a região e deseja trabalhar com os países vizinhos do golfo da Guiné e da África Ocidental.

Leia Também: Mali. Junta anuncia novo carregamento de equipamento militar russo

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