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EUA dizem que chave para retomar acordo está do lado da Rússia e Irão

Os Estados Unidos acreditam que a 'chave' para restabelecer o acordo nuclear iraniano está do lado de Moscovo e Teerão e instaram na sexta-feira os dois países a tomarem as decisões necessárias para que o processo seja concluído rapidamente.

EUA dizem que chave para retomar acordo está do lado da Rússia e Irão

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Notícias ao Minuto

06:34 - 12/03/22 por Lusa

Mundo Nuclear

Com as negociações sobre o programa nuclear iraniano, que decorrem em Viena, numa "pausa", Washington entende que cabe à Rússia e ao Irão salvar o acordo de 2015.

"As decisões devem ser tomadas em lugares como Teerão e Moscovo", defendeu o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Ned Price.

A conclusão das negociações chegou a estar perto, há uma semana, mas estão nesta altura ameaçadas pela Rússia, que exige garantias adicionais devido às sanções que os ocidentais estão a impor devido à invasão russa da Ucrânia.

Moscovo quer garantias por escrito de Washington de que as sanções impostas agora devido ao conflito na Ucrânia não afetariam a sua cooperação económica e militar com Teerão.

A União Europeia, que coordena as negociações entre as grandes potências e o Irão, explicou que a pausa se devia "a fatores externos".

"O texto final está quase pronto e encontra-se 'sobre a mesa'", escreveu o chefe da diplomacia europeia Josep Borrell, acrescentando que permanecem os contactos com as várias partes e com os Estados Unidos "para que seja superada a situação atual, no sentido de se concluir um acordo".

Borrel explicou que na semana passada os diplomatas falavam de "um acordo iminente", mas que depois Moscovo, "pilar essencial das negociações, 'congelou'" a situação.

No entanto, segundo Ned Price, "as novas sanções aplicadas à Rússia não estão absolutamente relacionadas" com o acordo nuclear com o Irão e "não devem ter impacto" nessas discussões.

"Não temos intenção de oferecer à Rússia nada de novo ou específico. Não é necessário", acrescentou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.

Ned Price confirmou ainda que o enviado dos EUA, Rob Malley, e a sua equipa, regressaram a Washington, na sequência da pausa.

"Resta muito pouco tempo" para salvar o acordo que deveria impedir Teerão de adquirir a bomba atómica, alertou ainda.

As autoridades iranianas estão envolvidas há vários meses em conversações com as principais potências mundiais em Viena, com o objetivo de restaurar o Plano de Ação Global Conjunto (JCPOA, como é conhecido o acordo nuclear de 2015). Os Estados Unidos participam nas negociações de forma indireta.

Este pacto, realizado entre o Irão e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China), mais a Alemanha, permitia o levantamento de sanções internacionais contra Teerão em troca de rigorosos limites ao seu programa nuclear, com vista a impedir o país de se dotar da bomba atómica.

Os Estados Unidos abandonaram unilateralmente o acordo durante a administração de Donald Trump, em 2018. Um ano depois da decisão de Washington, Teerão começou a desrespeitar os limites impostos ao seu programa nuclear e tem enriquecido urânio a níveis cada vez mais próximos do necessário para criar uma arma nuclear.

O Irão acusou os Estados Unidos na quinta-feira, um dia antes da anunciada pausa, de fazerem "novas exigências" para restaurar o acordo nuclear de 2015.

"Não há uma justificação racional para algumas das novas exigências feitas pelos Estados Unidos", destacou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Hossein Amir-Abdollahian.

Para o governante, estas exigências contradizem o desejo, declarado por Washington, para uma "rápida conclusão do acordo".

Leia Também: EUA sancionam russos por apoio ao programa de mísseis da Coreia do Norte

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