De acordo com a Constituição, o chefe de Estado convida a assembleia a realizar a sua sessão inaugural com o mais antigo dos 329 deputados à cabeça antes de o seu presidente ser eleito.

"Assinei o decreto presidencial que convida o novo parlamento a reunir-se a 09 de janeiro de 2022", anunciou Salih na rede social Twitter, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Salih disse que "espera um governo verdadeiramente forte e ativo (...), que proteja e sirva os iraquianos".

"Isto requer a cooperação [de todos] para conseguir as reformas necessárias para um Iraque estável e próspero", acrescentou.

Nas eleições de 10 de outubro, a corrente do clérigo xiita Moqtada Sadr tornou-se a primeira força no parlamento, ao conquistar 73 dos 329 lugares.

A marcação da sessão inaugural segue-se à ratificação dos resultados eleitorais pelo Supremo Tribunal Federal, na segunda-feira, após ter rejeitado uma queixa da Aliança para a Conquista, dos antigos paramilitares pró-Irão Hachd al-Chaabi, que pedia a sua anulação por alegada fraude.

Esta corrente dispõe de 48 deputados no parlamento cessante e só elegeu 17 em outubro.

No prazo de 30 dias após a sessão inaugural, o parlamento elegerá o Presidente da República, que designará um primeiro-ministro, a ser escolhido, segundo a tradição, pela maior coligação parlamentar.

Uma vez nomeado, o primeiro-ministro terá 30 dias para formar um governo, com alguns peritos e políticos a esperarem uma nova equipa até março.

Num Iraque multirreligioso e multiétnico, a formação do governo implica negociações prolongadas, em que os partidos que dominam a comunidade xiita maioritária têm tradicionalmente de chegar a um compromisso.

Mas enquanto os pró-iranianos querem continuar esta tradição de compromisso, independentemente do número de deputados, Moqtada Sadr pretende um governo nomeado pelos partidos capazes de formar uma maioria no parlamento.

O parlamento é dominado por forças tradicionais, apesar de um tímido avanço de grupos independentes e contrários ao poder, que formaram uma coligação de 28 deputados.

As eleições estavam inicialmente previstas para 2022, mas foram antecipadas para acalmar uma vasta revolta nas ruas, iniciada no outono de 2019, contra a corrupção endémica, a decadência das infraestruturas e o desemprego dos jovens.

Esse movimento a favor de uma renovação do poder foi reprimido pelas forças de segurança, com um saldo de mais de 600 mortos, e perdeu fulgor desde então, também por culpa da pandemia de covid-19.

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