Um terço dos sudaneses vão necessitar de ajuda humanitária em 2022
As Nações Unidas alertaram, num relatório divulgado hoje, que 30% dos sudaneses vão precisar de ajuda humanitária em 2022, a "taxa mais alta numa década" no país, um dos mais pobres do mundo.
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Mundo Sudão
No total, 14,3 milhões dos 47,9 milhões de sudaneses e refugiados no Sudão - 57 por cento dos quais mulheres e 55 por cento crianças - precisarão de assistência humanitária, referiu a hoje o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha na sigla inglesa). "Isto é mais 800.000 pessoas do que em 2021", acrescentou a ONU.
Entre estas pessoas vulneráveis encontram-se 2,9 milhões de deslocados, num país devastado por conflitos sangrentos durante décadas, especialmente em Darfur, uma vasta região ocidental, onde uma guerra entre os rebeldes e o regime, que começou em 2003, deixou pelo menos 300.000 mortos e 2,5 milhões de deslocados, principalmente nos primeiros anos, segundo a ONU.
Além disso, o Sudão acolhe cerca de 1,2 milhões de refugiados e requerentes de asilo, 68% dos quais vêm do vizinho Sudão do Sul, depois da sua separação em 2011.
O Sudão saiu, em 2019, de trinta anos da ditadura militar de Omar al-Bashir, sob pressão dos protestos de rua, está mergulhado hoje na estagnação política e económica.
O país tem falta de infraestruturas há décadas, tem lutado para aproveitar ao máximo os seus milhões de hectares de terra agrícola e tem perdido o petróleo no seu subsolo com a secessão do Sudão do Sul.
Após o golpe militar a 25 de outubro deste ano, o país está mergulhado numa crise política.
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