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Mais de 13 mil nigerianos morreram às mãos da polícia desde 2011

Mais de 13.000 nigerianos morreram às mãos da polícia nos últimos 10 anos, segundo um novo relatório publicado hoje pela organização internacional de direitos humanos Centro para a Democracia e o Desenvolvimento (CDD).

Mais de 13 mil nigerianos morreram às mãos da polícia desde 2011
Notícias ao Minuto

21:31 - 30/11/21 por Lusa

Mundo Relatório

"É importante assinalar que as execuções extrajudiciais por parte de atores estatais se converteram na principal causa de morte no país", destacou Idayat Hassan, diretora do CDD, na apresentação do relatório em Abuja, capital política da Nigéria, citada pela imprensa local.

Segundo Idayat Hassan, "na realidade, os atores estatais mataram no total 13.241 pessoas desde 2011".

Estes novos dados são divulgados poucos dias depois de, em meados de novembro, ter sido revelado um relatório elaborado por um painel judicial, criado há mais um ano, para investigar os abusos das forças de segurança durante os protestos contra a brutalidade policial, que ocuparam as ruas de várias cidades do país ao longo de várias semanas.

O relatório faz referência aos factos ocorridos em 20 de outubro de 2020 na zona de Lekki, na cidade de Lagos, quando as forças de segurança presumivelmente abriram fogo contra centenas de manifestantes, matando pelo menos 12.

Estas manifestações, que se prolongaram por várias semanas e nas quais morreram pelo menos 57 civis, fizeram parte de um movimento surgido em outubro de 2020 e conhecido como "End SARS" ("Acabar com o coronavírus SARS-Cov"), para exigir a dissolução de um Esquadrão Especial Antirroubo da Polícia nigeriana, acusado de prisões arbitrárias, torturas e assassínios extrajudiciais.

A investigação também acusou os militares de impedir as ambulâncias de assistir os feridos e de tentarem ocultar as suas ações através da recolha de invólucros de balas ou retirando as vítimas mortais, que levaram nas suas viaturas.

Contudo, no passado dia 23 de novembro, o ministro da Informação da Nigéria, Lai Mohammed, recusou esse relatório, considerando que estava cheio de "erros, inconsistências, discrepâncias, especulações, insinuações, omissões e conclusões sem provas".

Depois dos protestos, nenhum responsável foi levado perante a justiça e a brutalidade policial continua a ser um problema sistémico na Nigéria, o país mais pópulo de África, apesar das reiteradas promessas de mudança por parte das autoridades.

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