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RCA. Oposição "dialoga" se Governo terminar perseguição a deputados

Os partidos da oposição da República Centro-Africana (RCA) anunciaram hoje que regressam ao "diálogo republicano" que o Presidente, Faustin-Archange Touadéra, quer organizar para acabar com a guerra, sob a condição de terminar a perseguição a deputados opositores.

RCA. Oposição "dialoga" se Governo terminar perseguição a deputados
Notícias ao Minuto

19:51 - 11/11/21 por Lusa

Mundo República Centro-Africana

A Coligação da Oposição Democrática (COD-2020) retirou-se do diálogo há 15 dias, acusando o Presidente Touadéra de querer levantar a imunidade de três deputados da oposição.

Os membros da COD-2020 apelaram, numa declaração, a "um puro e simples abandono do processo judicial" contra os três representantes eleitos, como a única "solução inevitável para a crise".

Os três deputados afetados pelo levantamento da sua imunidade parlamentar são Anicet Georges Dologuélé, que ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais de dezembro de 2020, Martin Ziguélé, que ficou em terceiro, e Aurélien Simplice Zingas. Já tinham sido notificados no início deste ano sobre uma proibição de sair do país.

"Pedimos o levantamento da sua imunidade como parte das investigações sobre François Bozizé", presidente que governou de 2003 a 2013 e liderou uma revolução que se formou em dezembro para derrubar o chefe de Estado Touadéra, explicou um membro do gabinete do presidente da Assembleia Nacional sob a condição de anonimato.

O antigo presidente está no Chade à espera de um diálogo com Touadéra.

"O assédio e a perseguição ilegal dos deputados (...) é de facto de natureza política", disse a COD-2020.

Os membros da oposição, que se encontraram com o Presidente Touadéra, disseram que este tinha prometido "continuar as consultas e reflexões com vista a uma resolução bem sucedida deste impasse, no melhor interesse da nação".

Promovido logo após a sua reeleição pelo Presidente Touadéra, o diálogo republicano já tinha sido fortemente criticado pela oposição, que considerava o seu comité de organização demasiado próximo do Governo, o que o torna pouco parcial.

Além disso, apesar do anúncio de um cessar-fogo em 15 de outubro por Faustin-Archange Touadéra, o Governo sempre se opôs à participação de grupos armados no diálogo, o que torna "a sua aplicação ilusória", de acordo com a oposição e vários peritos.

Classificado pela ONU como o segundo país menos desenvolvido do mundo, a República Centro-Africana, país rico em minerais, mergulhou numa guerra civil após um golpe de Estado em 2013.

O conflito ainda está em curso, mas diminuiu consideravelmente de intensidade nos últimos três anos, embora grandes extensões de território continuem a escapar ao controlo central.

As Nações Unidas enviaram em 2013 uma missão para o país (Minusca), que conta atualmente com mais de 12.000 militares e polícias, quando os rebeldes, predominantemente muçulmanos Seleka tomaram o poder e forçaram o então presidente François Bozizé a deixar o cargo.

O atual contingente português na Minusca é composto por 180 militares, a maioria do 1.º Batalhão de Infantaria Paraquedista do Exército Português.

Portugal tem atualmente 20 militares no país, que integram a missão de treino da União Europeia (EUTM-RCA).

Este contingente multinacional foi liderado por Portugal entre setembro de 2020 e setembro deste ano, quando o comando foi transmitido à França.

No âmbito desta missão, de acordo com o Ministério da Defesa português, "Portugal manteve no terreno um contingente de 61 militares, que ajustará para 20 militares com a transferência do comando para França".

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