Irão adia execução de jovem condenado à morte
O Irão adiou a execução de um homem preso aos 17 anos por homicídio, mas o seu enforcamento continua iminente, disseram hoje grupos de direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional.
© Reuters
Mundo Irão
"Arman Abdolali, que deveria ter sido executado hoje, continua detido em isolamento", disse a organização Iran Human Rights (IHR) de Oslo.
A Amnistia Internacional disse no Twitter que a execução da sentença deverá ser adiada para "sábado, 16 de outubro".
O jovem de 25 anos foi "condenado à morte por um crime cometido quando era menor, após um julgamento grosseiramente injusto caracterizado por 'confissões' obtidas sob tortura", disse a Amnistia Internacional na terça-feira.
A sua execução já foi planeada por duas vezes, em janeiro de 2020 e fevereiro de 2021, mas foi adiada na sequência da mobilização de organizações internacionais.
Abdolali foi colocado em isolamento na prisão Rajai Shahr, a oeste de Teerão, e os seus pais foram convocados para uma visita final na terça-feira.
O corpo da alegada vítima, morta em 2013, nunca foi encontrado e Abdolali retratou posteriormente a sua confissão, segundo a IHR.
"As autoridades iranianas devem inverter imediatamente a execução", exigiu a Amnistia Internacional.
As convenções internacionais subscritas pelo Irão proíbem a execução de qualquer pessoa condenada por um crime cometido com menos de 18 anos de idade.
O Irão é o país que executa o maior número de pessoas no mundo depois da China, e pelo menos 64 jovens alegados criminosos foram executados no país nos últimos dez anos, incluindo quatro em 2020, segundo a IHR.
Num sinal de preocupação internacional sobre o assunto, a comissária dos Direitos Humanos alemã, Baerbel Kofler, disse que a execução de Arman Abdolali era uma "violação inaceitável do direito internacional".
"Arman Abdolali era um menor na altura do alegado crime. Há indicações credíveis de que a sua confissão foi obtida sob tortura. Portanto, a sua condenação viola os princípios fundamentais do Estado de direito", disse Kofler numa declaração divulgada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.
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