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Irão. Chefe da diplomacia diz ter sido convidado para ir a Paris
O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amir Abdollahian, afirmou ter sido convidado para ir a Paris pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, que, segundo ele, procura "aproximar-se" do Irão, noticiou hoje a televisão estatal iraniana.
© Reuters
Mundo Irão
O Eliseu ainda não comentou.
No sábado, o novo chefe da diplomacia do Irão participou numa cimeira regional em Bagdad, juntamente com Macron, o único dirigente ocidental na reunião centrada na luta contra o terrorismo e no impacto da tomada da capital do Afeganistão, Cabul, pelos talibãs.
"Os franceses estavam muito interessados em aproveitar esta oportunidade (em Bagdad) para se aproximarem do Irão", declarou Abdollahian, citado no portal na Internet da televisão iraniana.
"Macron (...) veio ter comigo duas vezes", disse. "Ligou para o seu ministro dos Negócios Estrangeiros e disse-lhe 'Convidei-o (a Abdollahian) (...) devemos rever as relações bilaterais'", adiantou.
Entre abril e junho realizaram-se em Viena seis ciclos de negociações entre o Irão e potências internacionais, entre as quais a França, para tentar salvar o acordo internacional sobre o nuclear iraniano de 2015.
Visando regular o programa nuclear de Teerão, o acordo foi fortemente afetado pela retirada unilateral em 2018 dos Estados Unidos, que restabeleceram severas sanções à República Islâmica. Em represália, esta rompeu com a maioria dos seus compromissos no pacto.
O Irão e a França, além do Reino Unido, da Alemanha, da China e da Rússia mantêm-se como signatários do pacto.
As partes acordaram no final de junho encontrar-se para um novo ciclo de negociações, mas não há data marcada.
Além de Macron, o chefe da diplomacia iraniana afirmou igualmente ter-se encontrado com o seu homólogo saudita, Fayçal bin Farhan, na cimeira regional em Bagdad, que ambiciona desempenhar um papel de mediador entre estes seus poderosos vizinhos.
"Os sauditas (...) disseram que esperavam o estabelecimento de um novo governo (iraniano) antes de restabelecer as nossas relações", disse Abdollahian, sublinhando não ter havido discussões "formais" entre os dois responsáveis.
O Irão xiita e a Arábia Saudita sunita têm uma história de rivalidade pela posição de primeira potência regional, apoiando lados distintos nas guerras na Síria e no Iémen.
Leia Também: Irão avisa que responderá reciprocamente a ações dos EUA
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