Um primeiro balanço, relatado pelas autoridades camaronesas, apontava para 12 pessoas mortas e 48 feridos na última semana.
"No total, 19 aldeias foram queimadas" no distrito de Logone-Birni, perto da fronteira com o Chade, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que estimou que a violência "causou a morte de 32 pessoas e feriu 74".
Os confrontos entre pastores árabes choa e os pescadores mousgoum foram provocados por tensões sobre a pesca e os recursos agrícolas.
"O acontecimento mais grave deste tipo registado anteriormente foi em 2019 e resultou na morte de uma pessoa", segundo a ONU, citada pela agência France-Presse.
"Nos Camarões, as autoridades locais do Extremo-Norte estão a trabalhar para restaurar a calma e prestar assistência às vítimas", continuou a organização.
O governador da região Extremo-Norte, Midjiyawa Bakari, disse que "tudo começou com um incidente banal" entre duas pessoas que acabou por escalar para confrontos entre as comunidades.
Durante a violência foram utilizadas catanas, facas e flechas, disse uma autoridade local à AFP.
Os confrontos levaram 11.000 pessoas de ambos os grupos a atravessar a fronteira perto das suas aldeias para procurar refúgio no Chade.
"Estes deslocados são compostos por 85% de mulheres e crianças", disse a representante do ACNUR no Chade, Iris Blom, no domingo.
De acordo com a ONU, os deslocados "necessitam urgentemente de abrigo, especialmente durante a estação chuvosa", uma vez que "muitos estão a dormir debaixo de árvores".
Os confrontos sangrentos entre comunidades são relativamente raros nos Camarões.
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