RCA: Missão da ONU recebe reforço de 300 Capacetes Azuis ruandeses
A missão das Nações Unidas na República Centro-Africana (RCA), a Minusca, recebeu hoje um reforço de 300 Capacetes Azuis do Ruanda, visando assegurar a vital rota de abastecimento que liga a capital, Bangui, aos Camarões.
© Reuters
O destacamento destas tropas faz parte de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU de 12 de março para aumentar gradualmente o número de Capacetes Azuis na missão em cerca de 3.000.
Considerada pela ONU como o segundo país menos desenvolvido do mundo, a RCA tem sido atingida por uma guerra civil desde 2013 que, no entanto, diminuiu de intensidade desde 2018.
O anúncio foi feito pela Minusca na plataforma social Twitter.
À agência France-Presse (AFP), o porta-voz da Minusca, Abdoulaziz Fall, assinalou que esta é a primeira unidade de um contingente que pretende "assegurar o eixo Bangui-Beloko", na fronteira dos Camarões.
"O resto do batalhão de 450 soldados chegará até ao final do ano", acrescentou o responsável, que explicou que o contingente permanecerá no país "durante um ano".
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então presidente, François Bozizé, por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas na anti-Balaka.
Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.
O país registou um pico de violência em meados de dezembro, quando uma coligação de seis dos mais poderosos grupos armados que controlavam dois terços do país lançou uma ofensiva contra o regime do Presidente, Faustin Archange Touadéra.
A coligação enfrentou forças mais bem preparadas e equipadas, como os cerca de 12.000 capacetes azuis e centenas de solados ruandeses e paramilitares russos enviados no final de dezembro pelos seus países.
Desde o início do ano as forças governamentais conseguiram recuperar aos rebeldes as cidades e grande parte do território que controlavam há vários anos.
No entanto, os ataques pelos rebeldes continuam a ser frequentes e aumentaram nas últimas semanas, sendo que, no sábado, pelo menos seis civis foram mortos no noroeste do país, junto à fronteira com os Camarões.
Portugal tem atualmente 241 militares na RCA, dos quais 183 integram a Minusca.
Os restantes 58 militares portugueses participam na missão de treino, promovida pela União Europeia, até setembro deste ano.
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