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Ucrânia continuará país de trânsito apesar de Nord Stream 2

A chanceler alemã garantiu hoje ao Presidente ucraniano que a Ucrânia se manterá como território de trânsito de gás para a Europa, após a conclusão do gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia à Alemanha contornando a Ucrânia.

Ucrânia continuará país de trânsito apesar de Nord Stream 2
Notícias ao Minuto

20:30 - 12/07/21 por Lusa

Mundo Alemanha

"Para nós, a Ucrânia é e continuará a ser um país de trânsito, apesar da conclusão do Nord Stream 2", declarou Angela Merkel, que recebeu em Berlim o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Merkel disse ter consciência de que "as preocupações são grandes, do lado ucraniano".

"Levamo-las a sério e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para que fique muito claro que o Nord Stream 2 não se substitui às encomendas de trânsito prometidas", acrescentou, perante a imprensa.

O Presidente ucraniano classificou o gasoduto, cuja construção está praticamente terminada, como "uma potencial ameaça para a segurança da Ucrânia".

O gasoduto liga a Rússia à Alemanha pelo mar Báltico, sem passar pela Ucrânia, ameaçando privar o país de uma parte das receitas arrecadadas com a passagem do gás, mas também de um meio de pressão sobre Moscovo.

Apoiado por Berlim, o projeto é muito criticado em Washington e na Europa de leste.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, inicialmente muito contrário ao projeto, como os seus antecessores, desistiu no fim de maio de impor sanções, preferindo reforçar a cooperação com a Alemanha.

Angela Merkel vai a Washington esta semana para uma reunião com Joe Biden, na qual serão indubitavelmente abordados os termos do funcionamento do gasoduto.

Há várias semanas que Berlim e Washington mantêm conversações sobre esta questão e sobre a forma de dar garantias à Ucrânia quanto à manutenção das receitas obtidas da passagem do gás russo por outros gasodutos.

Em dezembro de 2019, a Ucrânia e a Rússia concluíram laboriosamente um contrato sobre a passagem do gás que está em vigor até ao final de 2024.

Berlim defendeu recentemente que este contrato entre os dois países deve ser prolongado.

Segundo o presidente da empresa Nord Stream 2 AG, o gasoduto de 1.230 quilómetros, cujas obras foram atrasadas pela ameaça de sanções norte-americanas, será concluído "até ao fim de agosto".

Nas declarações à imprensa feitas hoje, após a reunião com Merkel em Berlim, o chefe de Estado ucraniano mostrou-se a favor de que os Estados Unidos se juntem à Alemanha e a França na equipa de mediação das negociações entre Moscovo e Kiev para encontrar uma solução diplomática para o conflito na região da Donbass, onde se situam as duas províncias do leste ucraniano controladas por rebeldes separatistas pró-russos.

"A Ucrânia apoiaria algo assim. Poderia ser a inclusão dos Estados Unidos no chamado formato Normandia, ou a criação de um novo formato", disse Zelensky, acrescentando que estaria disposto a negociar esse novo formato com Merkel e a propô-lo ao Presidente norte-americano.

A posição de Zelensky é um reconhecimento implícito de que a mediação franco-alemã, que arquitetou em 2015 o Acordo de Minsk para dar uma solução diplomática para a crise na Donbass, não produziu frutos.

Também Merkel considera que não se fizeram "progressos suficientes" na aplicação do Acordo de Minsk.

De facto, após alguns primeiros progressos durante os meses que se seguiram à assinatura do acordo entre Rússia e Ucrânia, a sua aplicação está totalmente bloqueada nos pontos iniciais, centrados nos aspetos militares, e os políticos estão longe de completar-se.

Leia Também: Putin diz que Ucrânia apenas poderá ser soberana associando-se à Rússia

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